A derrota por 1-0 no dérbi de Alvalade frente ao Sporting trouxe consequências imediatas para o Benfica, que terminou o ano a perder a liderança do campeonato e a cair para o terceiro lugar, atrás de leões e dragões. No entanto, o desaire foi além dos números.
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As críticas internas e externas voltaram a colocar em causa as ideias de Bruno Lage, num episódio que relembra as dúvidas levantadas após a derrota em Munique frente ao Bayern, na Liga dos Campeões.
Primeira Parte Conservadora no Dérbi: Críticas Internas
Nicolás Otamendi foi o primeiro a expressar publicamente a sua insatisfação. O capitão das águias, em declarações à Sport TV, lamentou a postura inicial da equipa:
“Acho que fomos uma equipa que ofereceu a primeira parte. No segundo tempo fomos mais dominantes, mais pressionantes, e tentámos mudar o resultado. Ficamos com o sabor amargo de que, se a bola tivesse entrado, o desfecho poderia ter sido outro”.
Na conferência de imprensa, Bruno Lage discordou da análise do defesa argentino, afirmando:
“Não concordo tanto com o Nico. O Sporting foi ligeiramente superior, mas também tivemos oportunidades e poderíamos ter marcado”.
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No entanto, as palavras de Otamendi encontraram eco em Ángel Di María, que, através das redes sociais, reforçou a crítica à abordagem inicial. O argentino sublinhou:
“Oferecemos 45 minutos e pagámos caro. Na segunda parte mostrámos o Benfica que todos queremos”.
Otamendi, numa publicação adicional, voltou a destacar a discrepância entre as duas partes do jogo:
“Nos primeiros 45 minutos poderíamos ter feito muito melhor. No segundo tempo fomos a equipa que realmente somos: dominante e sempre a tentar jogar futebol”.
Reações dos Adeptos e o Debate Sobre as Ideias de Lage
As críticas não se limitaram ao balneário. Os adeptos, sobretudo nas redes sociais, manifestaram frustração com a abordagem tática inicial. Muitos pedem um Benfica mais ofensivo e dominador em jogos decisivos, questionando se Lage está a adotar uma postura demasiado cautelosa em momentos de alta pressão.
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Este ambiente de incerteza e desconfiança traz à memória o que aconteceu após a derrota frente ao Bayern. Em ambas as ocasiões, o Benfica apresentou um futebol conservador na primeira parte, corrigindo o rumo apenas na segunda metade, mas já com o resultado comprometido.
O Que Vem a Seguir para Lage e o Benfica?
Com cinco derrotas em 16 jornadas, Lage enfrenta o desafio de recuperar a confiança do plantel e dos adeptos. A liderança encarnada agora pertence ao Sporting e ao FC Porto, ambos com 40 pontos, enquanto o Benfica, com 38, está obrigado a reagir rapidamente para não perder o controlo na luta pelo título.
Embora Lage insista na sua visão de jogo, os jogadores e os adeptos pedem um Benfica mais fiel à sua história: agressivo, confiante e dominador. O dérbi deixou mais do que um resultado negativo; deixou uma necessidade urgente de resposta em campo e na forma como o treinador gere as expectativas e a performance da equipa.
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