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Internacional
30/10/25 às 10:20

Rúben Amorim: "Tenho zero medo de perder o emprego"

Rúben Amorim concedeu uma extensa entrevista ao podcast One on One, da Sky Sports, onde abordou o seu percurso no Manchester United.

Rúben Amorim concedeu uma extensa entrevista ao podcast One on One, da Sky Sports, onde abordou o seu percurso no Manchester United, a relação com os jogadores, o impacto da pressão mediática e o que considera ser a sua maior motivação: vencer jogos

O treinador português garantiu estar feliz em Inglaterra, mas deixou claro que o seu objetivo é deixar uma marca vencedora em Old Trafford.

O técnico português começou por reagir às palavras de Sir Jim Ratcliffe, co-proprietário do Manchester United, que recentemente afirmou que Amorim teria “três anos” para recolocar o clube na rota do sucesso. O antigo treinador do Sporting agradeceu o voto de confiança, mas confessou que vive cada dia como se fosse o último no cargo.

“Tive muito apoio, começando pela direção, pelos jogadores... É claro que é uma luta, todos os dias, no nosso clube. Queremos mudar as coisas, e há muito por fazer, mas cresci muito. Gosto de estar aqui. Não há outro clube assim, e isso dá-me forças para lutar pela oportunidade, mas vivo dia a dia, e sei que as coisas mudam muito rapidamente. Sei que tenho de lutar todos os dias para manter o meu emprego, e isso é bom. É a vida. Se a vida for sempre boa ou má, não é vida. A vida é assim, e desfruto muito da minha vida aqui”.

O treinador admitiu que o apoio do proprietário ajudou a “acalmar os ânimos” num momento de grande exigência, mas garantiu que não teme perder o lugar.

Eu sei que tudo muda. Num mês, tudo muda. É claro que aquela entrevista do proprietário ajudou a acalmar os ânimos, mas tenho zero medo de perder qualquer emprego. Isso não vai mudar a minha vida, no ponto em que estou. O meu maior receio é não vencer jogos. Esse é um sentimento de sofrimento, porque eu sofro quando não venço jogos”.

Amorim deixou ainda claro qual é a sua prioridade enquanto treinador: os resultados.

“Por isso, é a única coisa em que estou focado, e não naquilo que as pessoas pensam. É claro que quero que toda a gente adore o meu futebol e que diga que sou o melhor treinador do mundo, mas isso não vai acontecer, aconteça o que acontecer. Só quero vencer jogos. Se vencer jogos, serei feliz”.

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O treinador português foi também questionado sobre o caso de Marcus Rashford, que acabou emprestado ao Barcelona após divergências com o técnico. Amorim garantiu não guardar mágoas e mostrou satisfação com a felicidade dos jogadores.

“Fico feliz por todos os jogadores que merecem ser felizes. Por vezes, estás num sítio que não é para ti, mas, depois, vais para outro sítio e estás mais feliz. Isso é natural. Eu sinto o mesmo com o Rasmus [Hojlund] e com vários outros jogadores. O Antony também encontrou o seu lugar. Fico feliz por ele. Não tenho qualquer problema pessoal com ninguém, aqui. Eu fui futebolista, sei como eles sofrem, como pensam, por isso, fico feliz quando encontram o lugar certo para serem felizes.”

Na parte final da conversa, Amorim falou sobre o impacto pessoal que a experiência em Inglaterra tem tido na sua vida, admitindo que treinar o Manchester United mudou a sua perspetiva profissional.

A exposição que tenho é completamente diferente. Os hábitos que tenho são mais ou menos os mesmos. Vivo uma vida simples, mas isto mudou a minha vida. Quando chego ao balneário, em Old Trafford, e vejo 23 fotografias de treinadores, sei o quão importante é o meu trabalho, a honra que tenho, e quero ter sucesso. Não quero deixar este clube sem vencer, e isso é enorme para mim. Isto não vai mudar quem eu sou, isso é certo, porque tenho isso bastante claro, mas mudou completamente a minha vida”.

Com o habitual toque de humor, o técnico referiu-se ainda à convivência com Bruno Fernandes e ao modo como lida com a pressão em Inglaterra.

Centras tudo nos resultados e na vida como treinador, mas, aqui, é diferente. Sinto apoio, aconteça o que acontecer. Vivo num sítio em que, como muitos grandes jogadores vivem lá, ninguém quer saber de mim, e isso é uma bênção. Só aponto para os outros tipos. O Bruno [Fernandes] está lá sempre, na escola, há tipos de outros clubes, por isso, aponto para eles.”

Por fim, Amorim abordou a forma como os ingleses vivem o futebol, comparando-a com a realidade portuguesa.

Desfruto muito da maneira como as pessoas lidam com a competição, aqui. Eu sei da pressão e tudo o resto. Lês que Portugal é louco sobre o futebol, mas não, as redes sociais são de loucos em todo o lado”.

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Com serenidade e humor, Rúben Amorim deixou uma mensagem clara: está feliz no Manchester United, sente-se desafiado e determinado em conquistar títulos — mas, acima de tudo, vive cada vitória como um passo essencial no seu percurso.

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André Miguel Rodrigues