Aos 36 anos, Nelson Oliveira prepara-se para alinhar na sua 22.ª participação numa Grande Volta, reforçando o estatuto de ciclista português com mais presenças nas três grandes competições do calendário internacional.
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O Tour de France 2025, que arranca este sábado em Lille, marcará também a nona presença de “Nelsinho” na Volta a França, agora ao serviço da Movistar, equipa que representa há dez temporadas.
“Já vão 22… parece que foi ontem que comecei. Estar no Tour é sempre especial. Qualquer ciclista sonha com isto e eu sinto-me um afortunado”, confessou o ciclista de Vilarinho do Bairro, em declarações à agência Lusa.
Responsabilidade e liderança no pelotão
Com a experiência acumulada em mais de uma década de elite, Nelson Oliveira reconhece que os anos trazem responsabilidades acrescidas, sobretudo num pelotão onde começa a ser dos mais veteranos.
“Acabo por ser um dos mais velhos na equipa. Isso dá-me responsabilidade, não só para ajudar os mais jovens, mas também para me superar ano após ano”.
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Tal como nas edições anteriores, o seu papel será o de gregário, com a missão principal de proteger o líder da equipa, Enric Mas, que parte com ambições de um top 10. No entanto, Oliveira não esconde que gostaria de ter liberdade para tentar integrar uma fuga e lutar por uma etapa.
“Sou gregário e o meu foco é ajudar o Enric, mas claro que espero ter oportunidade de entrar numa fuga e tentar disputar uma etapa. É algo que todos queremos.”
Um Tour de desafios e desgaste
O português destaca a primeira semana como crucial para definir a classificação geral, devido à sua exigência e ao nervosismo típico dos primeiros dias.
“Há um contrarrelógio longo de 33 km e etapas muito duras. Será uma semana tensa. Quem sair ileso pode começar a pensar em montanha”.
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Depois disso, seguem-se etapas decisivas nos Pirenéus e Alpes, com passagens míticas como a subida a La Loze e uma cronoescalada que promete baralhar a classificação geral. “A última semana vai ser mortífera”, antecipa.
Favoritos à vitória: Pogacar no topo da lista
Para Oliveira, Tadej Pogacar é o claro favorito à vitória final:
“Já mostrou o que vale. É o alvo a abater. O único que pode batê-lo é o Vingegaard”.
Ainda assim, não esconde o entusiasmo com as possibilidades do compatriota João Almeida, que parte novamente como escudeiro de Pogacar, mas com ambição própria.
“O João já mostrou que é um dos melhores do mundo em provas por etapas. No ano passado esteve perto do pódio, e este ano acho que pode voltar a estar”.
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Uma carreira feita de consistência e sacrifício
Estreou-se numa grande Volta em 2011, na Vuelta, e desde então não parou de marcar presença nos maiores palcos do ciclismo. Foi 7.º no contrarrelógio dos Jogos Olímpicos de Paris 2024 e também no Rio2016, e já venceu uma etapa na Vuelta (2015). Mas continua à procura da sua primeira vitória no Tour.
“Disputar uma etapa é sempre um objectivo. Trabalho para isso. Pode acontecer”.