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Nacional
04/10/25 às 17:31

Mourinho explica "provocação" ao FC Porto após derrota na Champions

José Mourinho, treinador do Benfica, garantiu este sábado que o plantel encarnado está em condições para o duelo com o FC Porto.

José Mourinho, treinador do Benfica, garantiu este sábado que o plantel encarnado está em condições para o duelo com o FC Porto, marcado para domingo, às 21h15, no Estádio do Dragão, a contar para a 8.ª jornada da Liga Portugal.

Estamos todos bem de saúde, treinámos todos hoje, está tudo bem (tosse). Não há ninguém impedido de viajar e de jogar. Esperemos que, de hoje para amanhã, seja só para melhorar e ninguém fique para trás. Vamos todos”, afirmou o técnico, afastando dúvidas quanto à virose que afetou a equipa nos últimos dias.

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Sobre o empate com o Chelsea, Mourinho destacou o bom desempenho, apesar da falta de eficácia:
Fizemos um bom jogo, não fizemos golos, mas podíamos ter feito. Controlámos o jogo nas suas fases diferentes, não sentimos dificuldades defensivas e tivemos capacidade para criar oportunidades, mas não fizemos golos. Quem não faz, empata. Quem não faz e sofre, perde. Não há dois jogos iguais, mas se tivermos o mesmo tipo de controlo, não sofrendo e marcando, seria a situação ideal.

Questionado sobre a conferência de imprensa de Francesco Farioli, técnico do FC Porto, Mourinho respondeu com cordialidade:
Marcou depois da nossa? É uma prática comum. Às vezes sem intenção, às vezes porque prefere reagir ao que aconteceu na conferência do treinador adversário. Já o fiz também e se o Francesco estiver a ver a minha conferência em direto, mando-lhe um abraço porque tenho uma ótima relação com ele.

Relativamente às eleições no Benfica, o treinador recusou qualquer plano de isolamento do grupo:
Não existe estratégia para blindar o balneário. Existe o bom senso, que é olhar para um momento importante na história do clube com respeito, mas pensar na nossa missão. É tentar não pensar muito, não dialogar, não perder tempo com qualquer coisa que não podemos dominar. Eventualmente, neste grupo gigante de pessoas, há gente que é sócio e terá a possibilidade de exercer o seu direito nas eleições, mas isto e só isto. Não se pode controlar e temos de nos focar no nosso trabalho, não há uma estratégia para blindar o trabalho.

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Mourinho também elogiou o adversário e, em particular, o médio Victor Froholdt:
É muito bom jogador. Não vou dizer que conhecia muito bem, mas já me tinha passado pelos olhos e pelo computador. Tem uma capacidade física fantástica, trabalha muito, tem chegada à área, é um jogador perigoso e é uma aquisição feliz do FC Porto. Está bem integrado na dinâmica que o treinador imprime na equipa. O FC Porto tem uma estrutura muito boa, jogadores muito bons e temos de ter preocupações com todos.

Quanto à polêmica em torno de Andreas Schjelderup e as seleções, o técnico foi claro:
A situação é simples e acho que basta olhar para a coisa com um bocadinho de ética que estaremos todos de acordo. A maioria dos selecionadores ficará contente com o modo como olho para a situação jogador de clube e de seleção. Quando os jogadores do Benfica forem para as seleções, eu não farei um único comentário. O selecionador é soberano, que corra tudo bem, que Deus os ajude a não voltarem lesionados. Agradecia que, da outra parte, quando os jogadores do Benfica estiverem no Benfica, que eles não interfiram e estejam sentadinhos no seu local de trabalho. Não consigo compreender como é que um selecionador se atreve a fazer um comentário sobre um jogador que é de um clube. [...] Estou à disposição de qualquer selecionador que me queira contactar, mas agradecia que houvesse este respeito quando o jogador é do clube.

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Questionado sobre o que tem faltado ao Benfica, Mourinho respondeu de forma objetiva:
Trabalho, tempo para trabalhar.

O treinador também comentou a sua afirmação sobre o Chelsea ser “superior ao FC Porto”, clarificando:
Quando se perde, tens de tentar agarrar-te a qualquer coisa de positivo e de motivador, que possa fazer com que gente que está sentada a olhar para o chão possa olhar para os teus olhos e receber qualquer coisa de positivo. Não foi uma frase com conotação negativa à equipa do FC Porto, acabei de elogiar, posso elogiar ainda mais e dizer que gosto muito da equipa do FC Porto. Não vejo drama. Uma coisa é o campeão do Mundo, que joga para ganhar a Premier e joga na Liga dos Campeões. Outra é um clube que joga para ganhar a Liga Portugal, fez um fantástico investimento no futebol português, mas outra coisa é um clube que gastou mil milhões nos últimos anos. Foi um modo de relativizar a tristeza de uma derrota, dizendo 'o Chelsea é melhor do que o FC Porto e, se podemos jogar assim em Stamford Bridge, porque não podemos jogar assim no Estádio do FC Porto?'

Sobre as declarações dos candidatos à presidência, Mourinho foi taxativo:
Não comento declarações do presidente do Benfica ou candidatos à presidência. Não me parece correto. Sou treinador e é a única coisa que quero ser.

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O técnico detalhou ainda o trabalho tático e emocional feito na preparação para o clássico:
Ao nível tático, daquilo que é trabalho de campo, tivemos um dia que nos permitiu trabalhar em intensidade baixa, mas permitiu trabalhar bem as ideias do ponto de vista defensivo e ofensivo. Ao nível emocional, é importante, obviamente, que tanta gente nova perceba bem o contexto. E acho que, para um treinador que já esteve do lado de lá e agora está do lado de cá, é mais fácil antecipar cenários a nível emocional e ajudar os jogadores que jogam pela primeira vez um Clássico em Portugal. É importante que tenham noção do que significa, não só a nível desportivo, mas social.

Por fim, reagiu à questão do seu salário e à pressão por resultados com ironia e confiança:
Você e alguns do seu colega estão doidos por saber quanto ganho. Quanto é que você ganha? Não me vai dizer? Então não fale do meu. Está a dizer que sou muito caro. O Ríos tem os milhões que pagaram. Vocês são um bocado obcecados com números. Parece uma curiosidade brutal em saber quanto ganha o vizinho do lado. Se calhar começamos a ganhar amanhã. O futebol é assim mesmo. Às vezes, os resultados são descontextualizados. Posso garantir que estamos a trabalhar muito, não estou preocupado comigo, estou a pensar nos jogadores, que merecem alegria, não merecem o carimbo que se lhes põe 'eles ganham bem, perdem e não se passa nada'. A vida não é boa. [...] Considero-me um grande treinador, desculpe a falta de modéstia. Considero que tenho um staff bem preparado e estamos a trabalhar muito. É futebol e tem razão. Quando começaremos a ver verdadeiros resultados? Se calhar, amanhã. Contra o Chelsea, o resultado podia ter sido diferente.

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