A saída de Martín Anselmi do Cruz Azul para o FC Porto continua a fazer correr tinta — e agora com novo capítulo de tensão diplomática entre os dois clubes. Esta quinta-feira à noite, o clube mexicano emitiu um comunicado oficial em que expressa profunda insatisfação com a forma como a SAD portista divulgou os termos do acordo celebrado para resolver o litígio relativo à saída do técnico argentino.
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No cerne da polémica está a divulgação pública, por parte do FC Porto, da compensação financeira de 3,1 milhões de euros paga ao Cruz Azul, valor revelado em comunicado à Comissão do Mercado de Valores Mobiliários (CMVM). Os mexicanos consideram esta acção uma “violação clara da cláusula de confidencialidade” incluída no acordo estabelecido entre as partes.
“O Cruz Azul considera inadmissível a quebra de confidencialidade por parte do FC Porto. O contrato firmado incluía cláusulas que impediam a divulgação de qualquer informação relativa ao acordo, incluindo o montante envolvido”, refere o clube do México no comunicado.
Mas a situação não fica por aqui. O Cruz Azul acrescenta ainda que o desfecho do processo judicial — iniciado após a rescisão unilateral de Anselmi com o clube mexicano para assinar pelos dragões — foi acelerado por um fator inesperado: a declaração de insolvência económica de uma das partes envolvidas no litígio.
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“O clube foi informado de que uma das partes declarou insolvência económica, o que, caso se mantivesse o litígio nos tribunais, poderia arrastar a resolução do caso por vários anos. A título preventivo e para salvaguardar os interesses desportivos e financeiros da nossa instituição, optámos por chegar a um acordo extrajudicial”, justifica o Cruz Azul.
Ainda segundo os dados avançados, o FC Porto tem até abril de 2026 para saldar na totalidade o valor acordado com o emblema mexicano, podendo fazê-lo em prestações.
Recorde-se que Martín Anselmi, de 39 anos, assumiu o comando técnico do FC Porto no início de janeiro de 2025, depois de uma saída envolta em polémica do Cruz Azul. O treinador argentino tinha contrato válido com o clube da Cidade do México, mas alegou justa causa para rescindir, o que originou o processo judicial que agora parece tecnicamente encerrado — mas não sem feridas abertas.
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O caso sublinha os riscos associados à contratação de treinadores com vínculos em vigor e as implicações jurídicas de processos que envolvem cláusulas contratuais, confidencialidade e litígios internacionais.