Adrian Mutu, uma das figuras mais controversas do futebol europeu nos anos 2000, voltou a falar abertamente sobre os episódios que marcaram a sua passagem atribulada pelo Chelsea, e que culminaram num dos maiores escândalos disciplinares da Premier League.
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Em entrevista ao jornal britânico The Telegraph, o antigo internacional romeno fez uma reflexão profunda sobre os erros cometidos fora de campo — e apontou o vício da cocaína como o principal obstáculo numa carreira que prometia chegar ao topo do futebol mundial.
“Snifar cocaína quando estive no Chelsea foi a pior decisão que podia ter tomado na minha carreira. Acredito que, naquela altura, era um dos melhores futebolistas do Mundo. Se não fosse a cocaína, podia ter ganho a Bola de Ouro facilmente”, confessou Mutu, hoje com 46 anos.
⚠️ Colisão com Mourinho e queda abrupta
Contratado pelos blues em 2003, após brilhar no Parma, Mutu marcou 10 golos na primeira temporada e chegou a figurar entre os nomeados para a Bola de Ouro. Porém, o verão de 2004 marcou o início do fim: a chegada de José Mourinho a Stamford Bridge revelou-se fatal para o romeno, cujo estilo de vida boémio não passou despercebido ao técnico português.
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A rutura tornou-se inevitável quando, após alegar problemas físicos para falhar um jogo do Chelsea, Mutu surgiu em campo dias depois pela seleção da Roménia. Foi multado em 120 mil libras e, pouco depois, testou positivo para cocaína num controlo antidoping. O clube despediu-o com justa causa.
⛔ Suspensão, dívidas e queda
Além de enfrentar uma suspensão de sete meses, Mutu foi ainda condenado em 2009 pelo Tribunal Arbitral do Desporto (TAS) ao pagamento de 17,2 milhões de euros por quebra de contrato. Nunca recuperou verdadeiramente da polémica. Passou ainda por clubes como Juventus, Fiorentina, Ajaccio ou Petrolul, terminando a carreira em 2016, no Targu Mures.
Apesar de tudo, Mutu recusa culpar-se em demasia:
“Estava sozinho em Inglaterra, era muito novo e passei por uma fase de depressão. Não me justifica, mas explica parte do que aconteceu. Tento não me culpar muito por isso”.
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Hoje, longe dos relvados, tenta recuperar a sua imagem pública, enquanto reflete sobre o talento desperdiçado — e o preço pago por decisões erradas.