Adriano, o icónico “Imperador”, despede-se oficialmente do futebol este domingo, num jogo de despedida no Maracanã que reunirá o Flamengo e os Amigos da Itália.
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Às vésperas deste momento, o antigo avançado concedeu uma entrevista ao Globoesporte, onde revisitou os momentos mais marcantes da sua carreira, incluindo a saída do Inter de Milão e os desafios pessoais que enfrentou durante a sua trajetória.
O adeus ao Inter: depressão e consciência
A saída de Adriano do Inter de Milão, anunciada a 24 de abril de 2009, marcou um ponto de viragem na vida do jogador. Emocionado, o ex-avançado revelou a razão pela qual decidiu encerrar a ligação com o clube italiano.
“Quando saí do Inter, estava com depressão. Voltei, mas não tinha a cabeça no lugar para regressar à Itália. Até o Mourinho brincava: ‘O dia em que você for convocado para um jogo da Seleção no Brasil, já sei que não vai voltar (risos).’ E eu não voltei mais, porque realmente não estava com cabeça. Não ia ficar a roubar o Moratti. Ganhava muito bem, tinha mais quatro anos de contrato, e o salário aumentava a cada ano. Mas os meus pais não me criaram assim”, contou Adriano.
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Segundo o jogador, a decisão de rescindir o contrato foi tomada com total transparência.
“O Moratti ligou-me e eu disse-lhe que não tinha mais coração para continuar. Fomos discutir a multa, que era muito alta, mas ele libertou-me sem exigir nada. Acho que foi por respeito, por gratidão, porque eu tinha recusado ir para o Chelsea. Foi um gesto de carinho que nunca vou esquecer”, recordou.
O regresso ao Flamengo e o renascimento
Após o adeus ao Inter, Adriano passou quase dois meses afastado dos relvados, num período de introspeção e recuperação emocional. Foi nesse momento que a oportunidade de regressar ao Flamengo surgiu, marcando um renascimento na sua carreira.
“Fiquei um tempo no Rio sem jogar, já tinha dito que precisava de dar um tempo. O Jorginho foi falar comigo sobre a Seleção, mas eu respondi que não queria saber de futebol, que precisava de curtir a minha vida e voltar a ser o Adriano de antes. Depois, surgiu a oportunidade de voltar ao Flamengo e aceitei. Quando dei por mim, já estava a assinar e foi aquela festa. No final, fomos campeões depois de 17 anos. Deus tira uma coisa aqui e dá outra lá na frente. Arrepia!”, contou, com emoção.
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Um legado marcado por altos e baixos
Adriano encerra a sua trajetória como uma das figuras mais marcantes do futebol brasileiro. Apesar dos desafios, as memórias das conquistas e da paixão pelo desporto continuam a definir o seu legado, que será celebrado com pompa no Maracanã, onde começou e terminou a sua ligação com o Flamengo.