Francesco Farioli quebrou o silêncio. Sem fazer qualquer referência direta ao FC Porto, o técnico italiano de 35 anos — apontado como o sucessor de Martín Anselmi — concedeu uma entrevista divulgada pela sua assessoria de imprensa, onde abordou pela primeira vez a saída do Ajax e partilhou a visão sobre o futuro.
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As suas palavras deixam pistas claras sobre o tipo de desafio que procura… e o Dragão encaixa em vários dos critérios definidos.
«Quero encontrar um contexto disposto a trabalhar com os mesmos princípios e a mesma intensidade que sempre procurei colocar em prática», afirmou Farioli. «Para mim, é essencial que exista uma forma clara e partilhada de fazer as coisas. O confronto é normal em qualquer relação, mas deve ser orientado para o resultado final. Esses pequenos detalhes muitas vezes decidem o sucesso de uma época».
A recusa em precipitar a próxima decisão é também reveladora: «Não tenho pressa. Quero escolher cuidadosamente o meu próximo passo, independentemente do prestígio do clube ou do campeonato».
Uma estrutura clara — mas aberta ao clube
Farioli explicou também como estrutura habitualmente as suas equipas técnicas. Trabalha com um núcleo duro de seis colaboradores — dois adjuntos, um preparador físico, um treinador de guarda-redes, um analista de vídeo e um responsável pela recuperação de lesionados — mas faz sempre questão de integrar elementos do próprio clube.
«É essencial ouvir quem já conhece o clube e o contexto. Fizemos isso em Nice e em Amesterdão. No final, no Ajax, a equipa técnica tinha 14 pessoas: seis minhas e oito já ligadas ao clube. Essa integração é chave para o sucesso».
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O treinador toscano sublinhou ainda a importância de incluir alguém com experiência no campeonato em causa, uma prática que tem repetido por onde passa: Turquia, França, Países Baixos.
«Ter alguém que conheça o campeonato é uma enorme ajuda. Pode ser um ex-jogador ou um técnico com experiência local. Ajuda a perceber melhor o ambiente, o tipo de campos, até a atmosfera dos jogos».
Experiência europeia adaptada à realidade do FC Porto
Um dos pontos mais relevantes da entrevista — e que ganha ainda mais peso tendo em conta a participação do FC Porto na Liga Europa — prende-se com a gestão de semanas de competição europeia.
«Jogar à quinta-feira e ao domingo é um desporto completamente diferente», disse Farioli. «No Ajax, preparámos estratégias específicas para isso. Conseguimos 12 vitórias em 15 jogos que se seguiram a compromissos da Liga Europa. A chave está na gestão e optimização dos recursos».