O impacto da morte de Diogo Jota transcendeu fronteiras, modalidades e até mesmo tradições centenárias.
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Esta sexta-feira, no mítico All England Club, sede do torneio de Wimbledon, foi quebrada uma das regras mais emblemáticas do ténis mundial: o código de vestuário branco absoluto, em vigor há 148 anos, foi excecionalmente violado para permitir uma sentida homenagem ao internacional português falecido esta semana.
O autor do gesto foi o tenista Francisco Cabral, actualmente 40.º do mundo na vertente de pares, que entrou em campo com uma fita preta no braço, em sinal de luto por Diogo Jota. A permissão para o gesto partiu da própria organização de Wimbledon, num gesto inédito, e também do Liverpool, que apoiou o tributo ao seu jogador.
“Não o conhecia pessoalmente, mas sabia que era uma pessoa fantástica”
Francisco Cabral, que faz dupla com o austríaco Lucas Miedler, explicou o gesto ao Daily Mail:
«Foi uma notícia muito, muito triste. Embora não o conhecesse pessoalmente, sabia por um amigo em comum que ele era uma pessoa fantástica».
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O tenista luso contou que ficou a par da tragédia a caminho do torneio:
«Recebi a notícia quando estava a ir para Wimbledon. Desejo tudo de bom para a família dele. Sei que eles têm boas pessoas ao redor, então espero que consigam superar isso».
Neste momento, Francisco Cabral defronta a dupla checa Petr Nouza e Patrik Rikl em busca da terceira ronda da competição, levando consigo não apenas a ambição de ir mais longe no torneio, mas também a memória de um compatriota que o inspira:
«Sei o que ele passou, o que conquistou na carreira e na vida. Então, ele é uma grande inspiração para mim».
Neal Skupski também pondera gesto idêntico
A homenagem poderá repetir-se nos próximos dias. O britânico Neal Skupski, adepto assumido do Liverpool, revelou que também pretende usar fita preta como forma de homenagear Diogo Jota:
«Soube hoje de manhã que o Diogo Jota faleceu e também soube que a minha avó também faleceu, então foi um dia muito difícil», disse o tenista britânico esta quinta-feira.
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A força do gesto
A simbólica fita preta rompeu com um dos rituais mais estritos de Wimbledon: o branco absoluto. Nem mesmo durante guerras ou pandemias a tradição foi interrompida. A morte de Diogo Jota, aos 28 anos, num trágico acidente de viação, com o irmão André Silva, comoveu o mundo do desporto a tal ponto que se sobrepôs até a uma tradição centenária.
Em Wimbledon, onde cada detalhe é medido ao milímetro, o gesto simples de Cabral valeu por mil palavras. Foi uma vitória do sentimento sobre o protocolo. E foi, acima de tudo, uma prova do quanto Diogo Jota era respeitado, admirado e inspirador — mesmo fora do futebol.
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