Bruno Lage não escondeu a frustração após a eliminação do Benfica no Mundial de Clubes, frente ao Chelsea (1-4 após prolongamento), e aproveitou a conferência de imprensa para lançar um aviso claro à estrutura encarnada: é preciso mudar. E não apenas retocar. Mudar mesmo, de forma “radical” em alguns casos.
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Apesar de ter guiado as águias até aos oitavos de final da prova organizada pela FIFA, e de ter tido uma época globalmente positiva para a maioria dos clubes, Lage foi claro: “Para o Benfica, não chega.”
“Para 95% dos clubes, era um trabalho razoável, mas para o Benfica não é suficiente, porque faltou claramente o objetivo principal, que é vencer o campeonato. Nem tudo foi feito está errado. Houve coisas muito boas, mas há coisas que claramente têm de mudar”, afirmou.
Mudanças “radicais” e lições do jogo com o Chelsea
Convidado a detalhar essas mudanças, Bruno Lage apontou a falta de agressividade da equipa, algo que se tornou particularmente evidente no jogo frente ao Chelsea.
“Há uma agressividade que não é natural da nossa parte, que temos de colocar mais nos nossos jogos. Temos de saber parar transições com faltas, temos de ter um lado de experiência”, defendeu, dando como exemplo a forma como Prestianni foi expulso: “Houve um jogador adversário que fez quatro ou cinco faltas e não levou um cartão amarelo. E conseguiu, por várias razões, meter o Prestianni na rua”.
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O desafio da preparação para 2025/26
O técnico encarnado também mostrou preocupação com o curto espaço de tempo entre o fim da época atual e o arranque da próxima. Lage teme que o Benfica entre em desvantagem na Supertaça e nas pré-eliminatórias da Liga dos Campeões.
“Temos de dar no mínimo 15 dias a estes jogadores para recuperarem, e depois vamos ter duas semanas e meia para preparar a Supertaça. Normal seriam quatro ou cinco semanas. Já não é normal. Mas temos de nos reinventar, porque além da Supertaça, há as eliminatórias da Champions e o início do campeonato”, alertou.
Derrota que dói, mesmo com as férias à porta
Questionado se a eliminação do Mundial de Clubes poderia ter um lado positivo por permitir aos jogadores descansarem mais cedo, Bruno Lage foi perentório:
“Não, dói muito. Porque viemos com a mentalidade de fazer uma boa prestação. Perder com o Chelsea — uma equipa que venceu a Conference League e foi quarta na Premier League — não é uma vergonha, mas também não é algo que possamos aceitar com facilidade. Não há derrotas fáceis”.
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A mensagem ficou clara: Bruno Lage quer um Benfica mais experiente, mais agressivo, e mais preparado física e mentalmente para entrar a todo o gás na próxima temporada. E se for preciso virar a mesa… que assim seja.