O empresário César Boaventura voltou ao ataque nas redes sociais, desta vez para reagir às declarações recentes de Luís Filipe Vieira e para deixar fortes acusações à atual gestão da Federação Portuguesa de Futebol (FPF), liderada por Pedro Proença.
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Num extenso texto, Boaventura aponta o dedo ao que considera ser um “sistema bem estruturado” que, na sua opinião, domina o futebol português — e onde o Sporting surge como um dos principais beneficiários.
“O sistema não desapareceu, apenas mudou de pele, de rosto e de método. Hoje está mais bem montado do que nunca: silencioso, protegido, infiltrado”, escreveu o empresário, recordando o Apito Dourado e sugerindo que a alegada teia de influências se manteve, agora com novos protagonistas.
Boaventura recorda o envolvimento de Pedro Proença nas escutas do processo Apito Dourado em 2003 e acusa o atual presidente da FPF de ter ascendido à liderança da Liga Portugal com o apoio institucional de dirigentes do Sporting e do FC Porto. Aponta ainda relações consolidadas com figuras como Antero Henrique, Joaquim Oliveira e Theodoro Fonseca, bem como encontros discretos onde se discutiriam “investimentos em clubes, controlo de SADs e decisões de bastidores”.
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O empresário vai mais longe, associando Antero Henrique — ex-diretor do FC Porto — à transferência de Rúben Amorim para o Sporting, através da empresa DHZ Consulting, que terá recebido uma comissão de 500 mil euros. Lembra também que Antero é familiar direto do atual treinador do Manchester United e que se mantém como uma figura influente, embora sem cargo formal.
César Boaventura criticou também a forma como Pedro Proença transitou da Liga para a FPF, falando em “derrupagens de milhões” na construção da Arena Liga Portugal, uma indemnização de 346 mil euros por férias não gozadas, e acusações de favorecimento durante o processo eleitoral.
“Em 2025, Pedro Proença foi eleito com 75% dos votos. Luís Filipe Vieira afirmou que Proença lhe terá feito propostas para afastar Nuno Lobo da corrida, incluindo um cargo, carro e salário de 15 mil euros”.
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Uma das acusações mais polémicas prende-se com a alegada “infiltração” de figuras ligadas ao Sporting em cargos-chave da FPF. Entre os nomes apontados estão José Carlos Oliveira, Rui Caeiro, João Caires, Sandra Oliveira e Silva, Luís Verde de Sousa e Daniel Carriço. Todos, segundo Boaventura, exercem influência directa em áreas como arbitragem, disciplina e justiça federativa, em posições para as quais terão sido propostos ou apoiados por estruturas próximas do clube de Alvalade.
O empresário, que recentemente apresentou uma queixa-crime contra o Sporting e Frederico Varandas, conclui o texto com um apelo ao escrutínio público:
“O futebol português é hoje visto por muitos como dominado por um sistema bem estruturado: Pedro Proença enquanto rosto institucional; Antero Henrique como operador discreto e influente; o Sporting como clube beneficiado em termos de nomeações e acesso à estrutura federativa”.
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César Boaventura termina com um tom desafiante: “Fui atacado em várias frentes, mas continuo aqui. E continuo a acreditar que a verdade, mesmo quando tarda, acaba por prevalecer. Quando chegar, não será seletiva. Irá até ao fim. E revelará tudo. Todos. Sem exceção”.