O Estádio do Dragão viveu uma tarde emotiva frente ao Nacional. Para Iván Marcano, foi mais do que um simples jogo: foi o início da despedida. O central espanhol, que cumpriu uma década ao serviço do FC Porto, foi homenageado pelos colegas de balneário e envergou a braçadeira de capitão — cedida por Diogo Costa — naquele que foi o último jogo da época em casa, numa homenagem carregada de simbolismo.
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A carreira de Marcano nos azuis e brancos divide-se em dois capítulos: chegou em 2014 vindo do Rubin Kazan, saiu em 2018 para a Roma, mas voltou no ano seguinte e nunca mais largou o clube. Pelo meio, lesões, golos — 31, recorde absoluto de um defesa no FC Porto —, e um legado de liderança silenciosa, especialmente nesta fase final do percurso, após um ano e meio afastado dos relvados.
O defesa regressou à competição no início de março, frente ao Arouca, e desde então somou nove jogos consecutivos como titular, sempre os 90 minutos, sem sinais de limitação física. A solidez defensiva voltou a crescer com ele, e a sua influência nos jovens do plantel não passou despercebida. O próprio Martín Anselmi fez questão de o destacar:
“O Mora é como é porque tem o Marcano, com 37 anos, que lhe ganha todos os duelos.”
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A história, no entanto, caminha para o seu desfecho. Com a participação no Mundial de Clubes em 2025, nos EUA, o espanhol colocará um ponto final na carreira. Ainda assim, o futuro deverá continuar a passar pelo futebol. Segundo apurou A Bola, Marcano pretende seguir carreira como treinador. A forma como integrava os jovens e liderava nos bastidores já revelou esse perfil. O Racing Santander, onde se formou, continua atento e interessado no seu regresso a casa, mas o jogador ainda não decidiu se começará pelo futebol jovem ou sénior.
Figura discreta fora de campo, sem redes sociais ou protagonismos desnecessários, Marcano sai com o respeito total do balneário e da estrutura portista. Jogou 264 partidas pelos dragões, marcou 31 golos, fez cinco assistências e deixou uma marca de fiabilidade, liderança e espírito competitivo que dificilmente será replicada.
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Agora, segue-se o último desafio com o emblema ao peito no Mundial de Clubes. Depois disso, virá o novo capítulo — e é difícil não imaginar Marcano de novo de botas calçadas… mas no banco, com a prancheta na mão.