Mais de uma década depois, Franck Ribéry continua a não engolir a perda da Bola de Ouro de 2013. O antigo extremo francês do Bayern de Munique voltou a manifestar publicamente a sua frustração, agora na sequência de declarações recentes de Cristiano Ronaldo, nas quais o português comentou os critérios que, no seu entender, devem determinar quem merece o prémio mais prestigiado do futebol mundial.
Veja também: Lage furioso após empate do Benfica com o Lusitano de Évora
Recorrendo às redes sociais, Ribéry atirou com ironia:
“Então é preciso ganhar a Liga dos Campeões para ganhar a Bola de Ouro?”
A resposta surge como alfinetada directa ao discurso de Ronaldo, que destacou a importância dos títulos colectivos — nomeadamente a Champions — para justificar a entrega do galardão.
Mas Ribéry não se ficou pelas redes. Em entrevista à Gazzetta dello Sport, voltou a apontar o dedo ao que considera ter sido uma injustiça:
“Foi injusto. Foi uma época incrível para mim e devia ter ganho. Prolongaram o período de votação e aconteceu algo estranho. Senti que foi uma escolha política”.
Veja também: A tirada de Ronaldo com jornalista argentino que deixou tudo a rir (VÍDEO)
Uma época inesquecível… mas sem prémio
A mágoa de Ribéry tem fundamentos concretos. Na temporada 2012/13, o francês foi figura central de um Bayern de Munique absolutamente dominante, que conquistou a Bundesliga, a Taça da Alemanha e a Liga dos Campeões, sob o comando de Jupp Heynckes. O próprio Cristiano Ronaldo reconheceu recentemente a dificuldade em competir contra um jogador com esse palmarés colectivo, mas ainda assim, foi ele o vencedor da Bola de Ouro nesse ano — num resultado que, na altura, já gerou polémica.
Importa recordar que a FIFA decidiu, nessa edição, prolongar o período de votação por mais duas semanas — uma decisão inédita e controversa, que acabou por permitir a Cristiano Ronaldo beneficiar de mais votos após exibições de destaque no ‘play-off’ de qualificação para o Mundial 2014, onde marcou quatro golos à Suécia.
Veja também: Colosso italiano cobiça Harder e Sporting responde com um aviso
Ribéry acabou em terceiro lugar na classificação, atrás de Messi (2.º) e Ronaldo (1.º). Desde então, nunca escondeu a sua amargura com esse desfecho, considerando que o prémio lhe foi “roubado”.
Feridas que o tempo não cura
Apesar de se ter retirado dos relvados em 2022, a paixão e o orgulho de Ribéry pela sua carreira continuam bem vivos — assim como a ferida aberta pela Bola de Ouro de 2013. Já Cristiano Ronaldo, agora com 40 anos, continua a acumular prémios, recordes e opiniões controversas, como a que reacendeu esta troca de palavras com o francês.
Numa era em que o debate sobre os critérios da Bola de Ouro nunca está verdadeiramente encerrado, a reacção de Ribéry vem lembrar que, para muitos jogadores, perder o prémio mais cobiçado de todos é uma mágoa que nem o tempo apaga.