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Nacional
16/12/25 às 18:12

Adeptos do Estrela da Amadora retirados do Dragão: versões opostas sobre um episódio polémico

Para lá do resultado desportivo, a partida entre FC Porto e Estrela da Amadora, disputada na passada segunda-feira no Estádio do Dragão, ficou marcada por um episódio fora das quatro linhas que envolveu adeptos da equipa visitante.

Em causa esteve a retirada, ao intervalo, de elementos ligados ao Estrela do setor onde se encontravam, numa situação que gerou versões contraditórias por parte dos dois clubes e das autoridades envolvidas.

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Segundo informação recolhida junto de uma fonte do FC Porto, os adeptos do Estrela encontravam-se num setor que não correspondia ao indicado nos respetivos bilhetes. Os ingressos apontavam para o Setor 46, mas os adeptos estavam instalados no Setor 50. Perante essa situação, os assistentes de recinto desportivo (ARD) e agentes da Polícia de Segurança Pública (PSP) terão solicitado que o grupo se deslocasse para o setor correto. De acordo com a mesma fonte, essa indicação foi recusada, o que levou à intervenção do oficial de ligação aos adeptos (OLA) do Estrela da Amadora.

Ainda segundo a versão ligada ao FC Porto, perante a recusa em cumprir as instruções dadas no interior do estádio, a PSP decidiu retirar os adeptos para o exterior do recinto, com o comandante policial a justificar a decisão com o facto de não poder ser aceite a desobediência às orientações das forças de segurança.

Já a claque do Estrela da Amadora, Magia Tricolor, apresentou uma leitura completamente diferente dos acontecimentos, através de um comunicado onde fala num “conjunto de acontecimentos absolutamente inaceitáveis”. Segundo o grupo de adeptos, ao dirigirem-se inicialmente ao setor indicado no bilhete — o Setor 46 — depararam-se com um espaço praticamente lotado por adeptos do FC Porto, situado numa das centrais do estádio, o que, no seu entendimento, representava um risco evidente de segurança.

Face à inexistência de barreiras, indicações claras ou impedimentos por parte da organização, os adeptos decidiram deslocar-se para o Setor 50, que se encontrava vazio. A claque refere que os panos habituais foram colocados nos moldes de anos anteriores e que a equipa de spotters esteve presente sem apontar qualquer irregularidade durante a primeira parte do encontro.

O comunicado acrescenta que, ainda antes do intervalo, dois ARD informaram que os adeptos teriam de abandonar o Setor 50 e regressar ao Setor 46, decisão que a Magia Tricolor classifica como irresponsável e incompreensível, por colocar os adeptos numa situação de risco. O grupo solicitou então a presença do OLA do Estrela, alegando que a sua circulação no estádio foi dificultada.

Segundo a claque, tudo indicava que a situação seria resolvida de forma pacífica ao intervalo, com a realocação para o Setor 46. No entanto, no momento dessa deslocação, a PSP terá alterado o procedimento, obrigando à identificação dos adeptos e informando-os de que seriam expulsos do estádio. Foram identificadas 15 pessoas, incluindo uma criança de 15 anos, sem que, segundo o comunicado, tivesse existido qualquer distúrbio, agressão ou resistência.

De acordo com informações apuradas, o Estrela da Amadora não irá, para já, emitir uma posição oficial, mas está a par de toda a situação e pretende avançar com uma exposição formal à Liga Portugal, questionando a atuação das autoridades e dos responsáveis pela segurança do recinto.

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O episódio volta a lançar debate sobre a gestão de adeptos visitantes, critérios de segurança e comunicação entre clubes, forças policiais e estruturas de apoio, num contexto em que a prevenção de conflitos continua a ser um tema sensível no futebol português.