O Mundial de Clubes nos EUA era visto como uma oportunidade dourada para o FC Porto — tanto em prestígio como em retorno financeiro. Mas a prestação abaixo das expectativas deixou os dragões numa posição frágil e à mercê dos resultados alheios.
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O cenário atual é claro: só uma conjugação favorável de resultados pode evitar o regresso prematuro a Portugal e um rude golpe nas finanças do clube. Com uma derrota frente ao Inter Miami e um empate contra o Palmeiras, a formação azul e branca chega à última jornada da fase de grupos com a calculadora na mão e a esperança depositada… nos pés do adversário.
Um arranque com ambição, mas sem concretização
Na partida para os EUA, André Villas-Boas traçava um plano ambicioso mas realista: “Passar aos oitavos de final é um objetivo alcançável para o nível do FC Porto”, afirmou o presidente portista, prometendo “um bom arranque” e uma oportunidade para fechar a época 2024/25 com dignidade e lançar as bases para a seguinte.
Contudo, a realidade está a sair bem diferente da projeção. O empate com o Palmeiras (1-1) ainda trouxe algum alento — e 920 mil euros a juntar ao prémio inicial de 15 milhões pela entrada na competição — mas a derrota frente ao Inter Miami comprometeu seriamente o futuro da equipa na prova.
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Neste momento, o FC Porto soma apenas 15,92 milhões de euros. Em caso de vitória frente ao Al Ahly, esta terça-feira (às 2h00, hora de Lisboa), poderá arrecadar mais 1,85 milhões, perfazendo um total de 17,77 milhões. Mas mesmo esse montante está longe do que seria possível com o apuramento.
Um bilhete caro para os oitavos
A eliminação na fase de grupos custará ao clube cerca de 6,9 milhões de euros, que já não entrarão nos cofres da SAD azul e branca. Para evitar esse desfecho, o FC Porto precisa de vencer os egípcios do Al Ahly… e esperar que o Inter Miami, liderado por Messi, derrote o Palmeiras. Só assim será possível discutir o apuramento com base na diferença de golos.
Ou seja, os dragões não só têm de cumprir a sua parte, como dependem de terceiros — um cenário que nenhum adepto ou dirigente desejaria nesta fase.
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Árbitro inédito para jogo decisivo
A FIFA já nomeou a equipa de arbitragem para o decisivo FC Porto-Al Ahly. O venezuelano Jesús Valenzuela, de 41 anos, será o juiz principal — ele que já apitou o Chelsea-Los Angeles FC nesta edição da prova. Será a primeira vez que dirige um jogo de uma equipa portuguesa.
Valenzuela será auxiliado por Jorge Urrego e Tulio Moreno, também da Venezuela. O quarto árbitro será Omar Al Ali, dos Emirados Árabes Unidos.
Contas fáceis, consequências pesadas
O sonho do Mundial de Clubes ainda não terminou para os portistas, mas está por um fio. A entrada na competição valeu um bom prémio, mas sair cedo custará milhões — e o impacto financeiro poderá estender-se à preparação da próxima época.
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O FC Porto joga mais do que três pontos na última jornada: joga o prestígio e um potencial encaixe que poderia reforçar significativamente o plantel em 2025/26.