Ricardo Quaresma voltou a falar sem papas na língua sobre a sua passagem pelo futebol português e, desta vez, abriu o jogo sobre o ambiente vivido no FC Porto e a forma como encarava os clássicos.
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Em entrevista ao podcast Geração 80, o internacional português partilhou histórias curiosas do balneário e da sua própria relação com os jogos frente ao Sporting e ao Benfica.
Entre memórias de treinos intensos e um espírito competitivo que, segundo o próprio, já não se sente hoje no FC Porto, Quaresma destacou uma frase que ficou para sempre na sua memória: «O Baía tinha a mania de dizer na cabine: “Vamos jogar com um jogador a menos contra o Sporting”», revelou, entre risos, sublinhando que nunca conseguiu fazer grandes exibições contra os leões.
«Não era porque eu não queria, mas as coisas não me corriam assim muito bem. Não sei se ficava ali um bocado tímido. Ficava com o sentimento de: ‘vou respeitar este clube’».
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ADN do FC Porto: sem tempo para choramingas
Para o “Mustang”, o FC Porto era (e é) um clube diferente, onde o treino já era, por si só, uma batalha. «Quando entrei no FC Porto tive a felicidade de apanhar uma equipa com jogadores muito experientes. Jorge Costa, Vítor Baía, Costinha, Maniche, Derlei… O único que não apanhei foi o Deco, porque fiz a troca com ele», explicou.
E continuou:
«Logo aí senti que era um clube diferente. Nos treinos não se parava, ninguém se queixava. Levavas porrada, levantavas-te e continuavas. Ao contrário do que se via no Sporting e no Benfica, onde os jogadores paravam mais e reclamavam com o árbitro. No FC Porto, quando era para ir ao árbitro, ia a equipa toda. Era esse ADN que hoje em dia já não se sente tanto».
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Jogar contra o Benfica? «Adorava!»
Se os jogos frente ao Sporting deixavam Quaresma com algum sentimento de respeito e contenção, os duelos contra o Benfica eram precisamente o oposto.
«Amava jogar contra o Benfica», confessou.
Apesar dos assobios constantes dos adeptos encarnados na Luz, Quaresma via neles um combustível.
«Era o pior Estádio em Portugal. Sempre que ia à Luz passava o jogo todo a ser assobiado e criticado. Mas erravam, porque isso ainda me dava mais força para jogar».
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O antigo camisola 7 recorda com respeito a forma como os benfiquistas tentavam tirar-lhe o foco com vaias e insultos, mas garante que nunca se deixou afetar. Pelo contrário.