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Nacional
02/10/25 às 14:54

Vieira admite regresso de Soares de Oliveira e aborda continuidade de Mourinho

Ex-presidente assume candidatura e atira-se à gestão atual: acusa falta de liderança, defende modelo de estabilidade à Bayern e deixa claro que José Mourinho só se manterá com resultados.

Luís Filipe Vieira assumiu, em entrevista à TSF, que regressa à corrida eleitoral para a presidência do Benfica convicto de que o clube perdeu consistência desde a sua saída. 

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O ex-dirigente garante que quer recuperar Domingos Soares de Oliveira como CEO, aponta o dedo ao estado das infraestruturas e assegura inocência nos processos judiciais em que é arguido.

Eu não tenho dúvidas nenhumas que a recuperação do Benfica passou pela minha mão. Depois da minha saída, o Benfica entrou num caminho que não é consistente. O clube deixou de ter liderança, deixou de ser respeitado na Liga, na FPF. Financeiramente, os resultados também estão à vista”.

Entre as prioridades, Vieira revelou que pretende reaproximar Domingos Soares de Oliveira, antigo CEO da SAD.

“Quando olhamos para dentro do Benfica, vemos como tudo está, ficamos bastante apreensivos. O Benfica estava habituado a um tipo de gestão que deixou de existir. Como sabem, tínhamos Domingos Soares de Oliveira como CEO, tínhamos o Miguel Moreira como CFO. Dois homens muito importantes nas áreas, principalmente o Domingos na coordenação da operação toda. Se há margem para regressarem? O Domingos Soares de Oliveira tem todas as condições para voltar ao Benfica, e irei fazê-lo, acho que é possível que ele volte a Portugal. O Miguel Moreira é impossível, nesta altura”.

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No capítulo patrimonial, apontou falhas na manutenção do Estádio da Luz e no projeto de expansão do Seixal.

A conservação do património do Benfica está completamente degradada. O estádio parece que está ao abandono, aqueles arcos já não são vermelhos, são de outra cor. (…) Comprámos uma herdade de 40 hectares para fazer a expansão e nada foi feito”.

Quanto aos processos judiciais que enfrenta, como o Lex e o Saco Azul, Vieira garantiu tranquilidade:

“Acho que não. O caso Lex é um escândalo estar envolvido naquilo. Mas tudo bem, tenho a minha consciência clara, não tenho problema em assumir que não tenho nada a ver com aquelas obras, em tudo que estou ali acusado. Acredito na Justiça, nunca pedi protelamento nenhum, os processos vão avançar. Neste momento existe um julgamento, quando vocês virem o resultado irão ver, e assim sucessivamente. Só tenho é que esperar. Já fui ouvido e... ser acusado de uma coisa que não fiz!? Não posso ser acusado. E provou-se que eu não fiz nada daquilo, não é? Por isso, vamos aguardar a sentença final. E acho que até ao final do ano vai haver essa sentença. Até lá, não estou nada preocupado. Se tive quer ir muitas vezes ao Campus da Justiça, como alguém disse, vou de certeza que é para defender-me a mim próprio. Hei-de de limpar o meu nome. Entendo também que não foi um ataque pessoal para mim, acho que o ataque foi mais ao Benfica e eu fui por arrasto”.

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Sobre a recente Assembleia Geral, criticou a atuação de grupos organizados e prometeu transparência total.

“O que se passou nessa Assembleia Geral é muito grave. O Benfica tem grupos radicais que apela pela democracia e não a pratica. O movimento Servir Benfica tem uma parte que está na candidatura de João Diogo Manteigas, a outra está com o Noronha Lopes. Aquilo parecia a tropa. O Benfica está radicalizado e vai ter problemas no futuro. Não houve agressões, mas foi um grupo organizado que combinou abandonar a sala quando eu fosse falar. Não abandonaram a sala, mas foram para o fundo fazer barulho e gritar. Não me deixaram falar, mas isto não é de agora. Já acontecia no meu tempo quando era presidente. Aquilo está a tornar-se insustentável. Os estatutos aprovados por uma minoria de sócios tem lá que basta chumbar dois Relatórios e Contas para a Direção cair. O Benfica fica sujeito a ser ingovernável. Se me tornar presidente, a BTV passa a transmitir as Assembleias Gerais, mesmo que seja para o país inteiro. Para as pessoas perceberem o que se passa”.

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Vieira defende ainda um novo modelo de gestão para o Benfica, inspirado no Bayern Munique, com estabilidade garantida através de parceiros fortes.

O modelo que defendo é o modelo do Bayern de Munique, pela grandeza do Benfica. Não podemos estar num projeto que passado 10 anos alguém aparece e pode alterar tudo. No Bayern, como sabem, há quatro acionistas com 10% cada um. O grupo Volkswagen, a Adidas e a Allianz seguradora e, nesta altura, o presidente é sempre o presidente de uma dessas empresas que fica à frente do clube. Se isso é estar a tirar poder aos sócios? Não podem eleger, mas têm interferência. Mas com o peso institucional dos grupos, os sócios querem é ganhar jogos. Se voltarmos sempre à feira das vaidades, como era no passado, não há problema. Acha que hoje não há demasiada facilidade em aparecer oito ou nove candidatos? Se não tivesse havido a pandemia, já tínhamos esses parceiros. Quem vier um dia tem de pensar nisso. Mandatos de 12 anos? Se o Benfica não ganha durante quatro anos, a contestação aumenta; mais dois anos sem ganhar, vai haver mais contestação e é preciso haver estabilidade e confiança em quem está lá”.

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Quanto a José Mourinho, atual treinador, o candidato sublinhou que a continuidade dependerá apenas dos resultados.

“Vamos entrar num momento importante. Qualquer treinador está sujeito aos resultados. Neste momento não tenho de estar a dizer se o Rui Costa geriu bem ou não. O Mourinho veio dar-lhe estabilidade. Mas se não houvesse eleições, talvez a escolha não fosse o Mourinho. Mas se não aparecer resultados, também não vai haver estabilidade. Com o investimento que o Benfica fez e com a falta de resultados é normal o descontentamento. Quem sou eu para julgar o Mourinho? Quem ganhar as eleições, de certeza, que não vai despedir o Mourinho. Mas se o Benfica não for campeão ou os resultados não aparecerem, alguma coisa vai acontecer”.

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