Mohamed Salah vive um dos períodos mais tensos desde que chegou ao Liverpool.
Suplente pela terceira jornada consecutiva na Premier League, ausente da convocatória no duelo europeu frente ao Inter, e alvo de críticas públicas… algumas delas verdadeiramente demolidoras. A mais dura chegou de Marco van Basten, que não poupou o internacional egípcio nas palavras. E Thierry Henry, embora mais contido, também fez questão de deixar um reparo severo ao comportamento do avançado.
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A polémica começou a ganhar força depois de Salah demonstrar desagrado por continuar no banco num momento sensível da época dos reds. Van Basten, conhecido por nunca fugir a declarações contundentes, deixou pouco espaço para interpretação. “Se esta é a reação dele ao facto de ter sido enviado para o banco… significa que tem o cérebro de um inseto”, disparou o antigo avançado neerlandês, sublinhando que o rendimento atual do jogador está “muito longe” do que apresentou na última temporada. Para Van Basten, a atitude de Salah é ainda mais grave quando comparada com aquilo que considera ser a postura correta de um jogador numa equipa que atravessa dificuldades.
O ataque verbal pode ser visto também como um gesto de apoio a Arne Slot, compatriota de Van Basten e treinador do Liverpool, que tem enfrentado críticas por deixar o maior símbolo ofensivo da equipa no banco. “Salah começou a atacar o homem e a comportar-se de forma inadequada”, acrescentou o ex-jogador, defendendo abertamente o treinador.
Mais tarde, Thierry Henry juntou-se ao debate, embora com uma abordagem diferente. O francês não insultou Salah, mas deixou claro que a forma como o egípcio expôs publicamente o seu descontentamento foi um erro grave. Henry defende que certos assuntos pertencem ao balneário — e não às câmaras ou às redes sociais.
“Quando a equipa está em dificuldades, não se fala abertamente sobre situações pessoais. Isso resolve-se no balneário”, afirmou na CBS Sports. Para ilustrar o ponto, recordou um momento da sua carreira no Barcelona: viajou com a equipa, chegou ao estádio… e foi deixado nas bancadas. “Acham que fiz um escândalo? Tínhamos acabado de ganhar a tripla, mas eu não estava a render. A equipa está sempre em primeiro lugar.”
Henry explicou que também expressou frustrações, mas diretamente a Pep Guardiola, nunca publicamente. “Se tens algo a dizer, dizes a quem deves dizer. O resto é ruído.”
Entre ataques ferozes e críticas de ordem moral, resta perceber como Salah reagirá internamente e, mais importante, qual será a resposta dentro de campo. Arne Slot reforçou que conta com o egípcio, mas o comportamento do jogador pode vir a definir não só o resto da época, como também o seu futuro em Anfield.