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Internacional
21/05/25

Por que o United continuará a apostar em Amorim, mesmo que perca final da Liga Europa?

A final da Liga Europa é um marco na temporada do Manchester United, mas não é um teste de sobrevivência para Rúben Amorim.

A final da Liga Europa é um marco na temporada do Manchester United, mas não é um teste de sobrevivência para Rúben Amorim. Mesmo que perca frente ao Tottenham, a estrutura dos Red Devils está alinhada com a ideia de que o português é mais do que um treinador – é o arquiteto de uma reconstrução necessária, profunda e estrutural em Old Trafford. 

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Desde a chegada, em novembro de 2024, Amorim tem sido muito mais do que um homem de balneário ou de pizarra. É uma voz influente no seio da direção liderada por Jim Ratcliffe, participando diretamente na estratégia de reconfiguração desportiva e cultural do clube, como o fizera no Sporting. A sua ligação diária à estrutura, a exigência no treino e a liderança emocional que imprime são reconhecidas internamente como pilares de mudança. 

Resultados? Não ainda. Ideia? Cada vez mais clara. 

É verdade que os números não são brilhantes: seis vitórias em 26 jogos da Premier League deixam o United na cauda da tabela, e numa qualquer estrutura menos convicta, o despedimento estaria em cima da mesa. Mas em Manchester há uma visão de longo prazo e uma confiança sólida nos sinais de evolução. 

O 3-4-2-1 de Amorim, com a habitual sobrecarga nas zonas da bola, começa a produzir melhorias visíveis: mais posse (de 53,8% para 58,7%), maior frequência de recuperações no terço final, mais ocasiões de golo criadas. O plano tático ainda não está maduro, mas os sintomas de progresso são evidentes

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Mais do que isso, Amorim impôs um novo padrão de exigência interna. Rashford e Antony saíram de cena – literalmente –, enquanto Casemiro renasceu sob a nova liderança. Garnacho balança na corda, mas sabe o que precisa de fazer para regressar ao centro da estrutura. 

Guardiola português? Não, mas com ADN próprio. 

Comparações com Guardiola não são novas, mas Amorim não copia: adapta. A cultura de responsabilidade que trouxe para o United, a forma como gere os egos, e a tranquilidade com que reforça a liderança de figuras como Maguire – pedindo-lhes mais em campo e no balneário – dão-lhe uma dimensão de gestor e não apenas de treinador. 

O clube responde-lhe com investimento: o plano para o novo centro de treinos, avaliado em 60 milhões de euros, não é uma coincidência. É uma extensão da ideia de Amorim. O mesmo se aplica ao orçamento previsto de 128 milhões de euros para o próximo mercado, onde terá mão ativa. 

A final da Liga Europa não é, pois, uma final para o treinador. Não está em causa a sua continuidade. O que está em causa é o sinal que deixará. Amorim pode perder, mas não pode perder como perdeu tantas vezes na Premier League. A equipa precisa de mostrar evolução, fibra, identidade. Esse será o verdadeiro triunfo, até porque a temporada já vai longa e o diagnóstico está feito. 

Como sucedeu no Sporting, Amorim sabe que as grandes transformações não se fazem ao som de palmas rápidas, mas com tempo, convicção e método. O Manchester United, finalmente, parece ter alguém que entenda isso. 

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