O internacional argentino Ángel Di María concedeu uma extensa entrevista à DSports, na qual expressou profunda gratidão ao Benfica, clube que considera ter sido fundamental na sua carreira, e partilhou detalhes emocionantes sobre o regresso ao Rosario Central, o clube do coração.
Veja também: Volte-face inesperado no futuro de Amorim no Man. United
Aos 36 anos, o extremo revelou que o desejo de regressar ao seu país natal sempre esteve presente, embora por momentos tenha duvidado que fosse possível concretizá-lo.
“A minha cabeça estava sempre voltada para voltar, não vou mentir que houve um momento em que pensei que não fosse possível. Como a minha mulher está sempre ao meu lado, acabou por acontecer. Hoje não tenho palavras, estou grato e feliz por entrar em campo com os meus filhos, porque a minha mãe pode ver-me”.
Di María também recordou o período difícil vivido antes de regressar ao Rosario Central, quando a sua família recebeu ameaças de morte.
“A minha filha vinha à noite ao pé de mim, a chorar, e perguntava: ‘por que motivo não voltamos?’, ‘por que nos fazem isto a nós?’. E eu dizia que não sabia. São coisas que quem está de fora não vê. Pensam que dizemos ‘não volto e pronto’, que estou a fazer um assado, que é tudo lindo. A minha família e eu passámos dois ou três meses horríveis. Estava na Copa América e pensava: ‘por que não posso voltar?’. Estivemos quase duas semanas a ver a minha filha chorar porque queria voltar e dizíamos-lhe que não podíamos. Disse-lhe: ‘filha, se não puder voltar a jogar, vou reformar-me e voltaremos a morar em Rosario’. Mas ela queria-me ver jogar também. Era difícil decidir mas no fim tudo deu certo”.
Veja também: Adiar o clássico no Dragão? Eis o que diz o regulamento e a posição do Benfica
O momento em que revelou a decisão aos pais foi, segundo o jogador, um dos mais emocionantes da sua vida.
“Os meus pais ficaram a saber na noite anterior. Ninguém sabia que eu ia voltar, só eu, a minha mulher, o presidente do Rosario Central e as minhas filhas. Depois cheguei a Rosário e reunimo-nos com a minha família para comer. Foi aí que lhes contei. A felicidade era enorme, eles começaram a chorar. Disse-lhes: ‘Eu renasci e assinei o meu primeiro contrato’. Tive a sensação de estar onde queria estar”.
Na mesma entrevista, o campeão do mundo pela Argentina deixou ainda uma mensagem de humildade e superação, refletindo sobre o sacrifício e o valor do trabalho.
“Estar aqui hoje é magnífico. Conhecem a minha história, o que vivi. Há sempre momentos difíceis na vida, não só para um jogador, mas para qualquer pessoa em qualquer trabalho. Talvez amanhã fiques sem emprego e tenhas que sair à procura de outro... O que aconteceu comigo, que é o que me realiza, é que muitas pessoas não podem trabalhar com o que gostam. Aos meus amigos, digo: ‘que bom que tens trabalho’. É difícil alimentar os filhos. É importante lutar pelo que se quer. Muitas vezes as pessoas veem a parte bonita, mas eu esforcei-me como suplente, conquistei o meu lugar, muitas vezes perdi festas, aniversários, não estive com a família. O importante é lutar para levar o pão para casa”.
Veja também: Kenneth Taylor e a transferência falhada par ao FC Porto: "Foi difícil mas..."
Com palavras de emoção e gratidão, Di María reafirma-se como um símbolo de dedicação ao futebol e de amor ao Benfica — o clube que o projetou — e ao Rosario Central, o lugar onde tudo começou e onde o coração o fez regressar.
Já deu uma vista de olhos aos vídeos apaixonantes do canal de YouTube do Adeptos de Bancada? Está convocado a fazer parte da nossa equipa! Subscreva o nosso canal aqui!