Pep Guardiola reconheceu que a época 2024/25 do Manchester City ficou aquém das expectativas e que, noutro contexto, como em Espanha, já teria sido despedido a meio da temporada. Numa entrevista concedida à plataforma DAZN, o treinador catalão fez um balanço sincero e introspectivo daquele que considerou um dos anos mais difíceis desde que chegou ao Etihad.
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Os citizens terminaram a Premier League em terceiro lugar, mas a qualificação para a Liga dos Campeões esteve em risco durante boa parte da temporada, num cenário bem diferente das épocas anteriores dominadas pela consistência e conquistas sucessivas.
«Com o ano que tivemos, se fosse em Espanha, em setembro, novembro ou dezembro, não estaria a treinar. Se estivesse no Real Madrid ou no Barcelona, já me tinham demitido. Mas aqui isso nem foi questão, é preciso ter um pouco mais de paciência», afirmou Guardiola, numa crítica indireta à impaciência histórica dos colossos espanhóis.
Guardiola admitiu ainda que viveu momentos de frustração e impotência ao longo da época, algo que não é habitual no seu percurso enquanto treinador de topo.
«Sempre pensei que sou bom, nunca pensei que não servia para este negócio. A autoestima é um valor importante em qualquer profissão, sobretudo na nossa, que é julgada, intoxicada por muitas coisas, em que nos querem deitar abaixo. Tens de repetir muitas vezes para ti mesmo que estás bem».
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O técnico explicou que, apesar de ter à sua disposição um plantel recheado de talento, não conseguiu inverter a dinâmica negativa:
«Foi difícil, pensava ‘o que posso fazer para dar a volta?’. Sempre fui capaz de dar a volta a pequenas coisas, mas este ano não consegui. Tinha muitos jogadores e conseguia não ganhar jogos, mudar a dinâmica como antes fazia».
Apesar das dificuldades, Guardiola mantém-se firme no comando técnico do Manchester City, onde já conquistou praticamente tudo a nível nacional e internacional. No entanto, estas declarações deixam claro que nem mesmo um dos treinadores mais bem-sucedidos da história escapa à pressão dos maus resultados — e que, no futebol de alto nível, a paciência é cada vez mais uma raridade.
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