O calendário é por vezes mais criativo do que qualquer argumentista. Este domingo, nos oitavos de final do Mundial de Clubes, Lionel Messi e Vitinha voltam a cruzar caminhos — dois anos depois de um momento de tensão que deixou marcas no balneário do PSG e que nunca foi totalmente esclarecido.
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O reencontro está marcado para as 17h (hora de Lisboa), com o Inter Miami a defrontar o PSG, agora comandado por Luis Enrique. Mas para lá da importância desportiva do duelo, há um subtexto impossível de ignorar: o episódio pouco edificante entre Messi e Vitinha num treino de 2023, quando ambos ainda vestiam a camisola do clube parisiense.
«Não só és fraco, como me estás a magoar»
Foi o L’Équipe quem revelou a altercação na altura. A história é conhecida, mas não deixa de causar estranheza cada vez que é recordada: Messi, incomodado com uma entrada mais dura de Vitinha no treino, reagiu com palavras duras e inusitadas para um jogador com a sua postura habitual. Terá dito ao médio português: «Não só és fraco, como me estás a magoar».
A frase caiu como uma bomba em Paris e gerou rumores sobre um eventual mal-estar de Vitinha, que até terá ponderado a saída do clube. O jogador negou essa intenção através das redes sociais, mas deixou em aberto se desmentia o confronto com Messi ou apenas as notícias sobre a sua vontade de sair. A dúvida ficou no ar — e com ela, um silêncio desconfortável que perdurou.
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De Paris para mundos opostos
O tempo passou e muito mudou. Messi trocou a Europa pelos Estados Unidos e tornou-se a principal figura do Inter Miami. Apesar dos títulos colectivos em Paris, nunca escondeu o desconforto vivido durante a passagem pelo PSG.
Em entrevista à Apple Music, foi direto: «Estes dois anos em Paris não foram agradáveis para mim. Não estava feliz no dia a dia, com os treinos, os jogos…»
Já Vitinha deu a volta por cima. Sob o comando de Luis Enrique, assumiu-se como peça fulcral no meio-campo parisiense e somou conquistas importantes — da Liga das Nações à Liga dos Campeões, passando por um estatuto crescente na Seleção Nacional.
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Este domingo, reencontram-se pela primeira vez desde aquele episódio. E se dentro de campo a etiqueta obrigar a uma cordialidade mínima, fora dele ninguém esquecerá o que está em jogo: uma velha tensão, uma rivalidade mal resolvida… e a inevitável pergunta — haverá cumprimento antes do apito inicial?