A polémica em torno do pisão de Matheus Reis na cabeça de Andrea Belotti, durante o período de compensação da final da Taça de Portugal, continua a escalar — agora com contornos judiciais.
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O empresário de futebol César Boaventura revelou, esta segunda-feira, que apresentou uma denúncia formal junto da Procuradoria-Geral da República (PGR) contra o jogador do Sporting, por indícios de crime público de ofensa à integridade física grave.
“No dia 25 de maio de 2025, durante a final da Taça de Portugal, o jogador Matheus Reis pisou com os pitons a cabeça de Andrea Belotti. Um ato violento, gratuito, fora da disputa da bola. Uma agressão clara e, ainda assim, não punida em campo”, escreveu Boaventura nas redes sociais.
O agente, que foi condenado em fevereiro a três anos de prisão com pena suspensa, por crimes de fraude fiscal e falsificação de documentos — sentença da qual recorreu —, sustenta agora que este episódio ultrapassa o domínio disciplinar e entra no âmbito criminal, justificando a sua denúncia com base nos artigos 144.º e 147.º do Código Penal, que dizem respeito a ofensa à integridade física grave.
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Além da queixa à PGR, César Boaventura apresentou também participação disciplinar à Federação Portuguesa de Futebol, alegando que a FPF está legalmente obrigada a instaurar processos sempre que existam indícios públicos de infração, ao abrigo do artigo 243.º do seu regulamento disciplinar.
“Sou cidadão, sou pai, sou adepto”
Na publicação, o empresário defendeu a sua decisão como uma resposta cívica e pessoal:
“Porque a Constituição da República Portuguesa (Art. 52.º) me dá esse direito. Porque sou cidadão, sou pai, sou adepto, e defendo a integridade física, mesmo quando os outros preferem o silêncio.”
Boaventura foi ainda mais longe ao criticar a postura do Sporting, por este ter publicado um vídeo nos festejos no qual se ouve um jogador dizer “pisar cabeça”, expressão que vários adeptos interpretaram como referência direta ao lance com Belotti.
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“Isto não é futebol. É apologia da violência”, acusou.
Por fim, fez questão de lembrar o seu próprio percurso judicial e a forma como, segundo ele, foi alvo de perseguição mediática:
“Durante anos, fui atacado em nome de uma suposta ‘verdade desportiva’. Fizeram-me de bode expiatório. Mas eu vou até ao fim. O futebol português não precisa de mais silêncio cúmplice. Precisa de ética, responsabilidade e coragem para dizer: basta”.