Ricardo Sá Pinto está de regresso ao Irão. Apesar das tensões geopolíticas que marcam o Médio Oriente, o treinador português de 52 anos aceitou o desafio de voltar ao comando técnico do Esteghlal FC, clube com o qual mantém uma ligação emocional forte desde a época 2022/2023. A oficialização foi feita esta segunda-feira, com o técnico a assinar contrato válido por uma temporada.
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Uma relação que nunca arrefeceu
A história de Sá Pinto com o Esteghlal não é recente nem fria. Na época em que comandou a equipa, conquistou a Supertaça do Irão, garantiu o terceiro lugar na Persian Gulf Pro League e ainda conduziu o clube à final da Taça Hazfi. Mais do que os resultados — que por si só já foram positivos — foi o estilo combativo e a entrega do treinador português que o tornaram num verdadeiro ídolo entre os adeptos.
Após uma época dececionante em 2023/2024, com o clube a terminar num modesto nono lugar, os gritos pelo regresso de Sá Pinto intensificaram-se. E o apelo foi ouvido. A direção do Esteghlal agiu e fechou o acordo, numa tentativa clara de devolver ambição e competitividade ao gigante de Teerão.
Regresso em contexto delicado
O regresso ao Irão não se dá em circunstâncias simples. O país está envolvido em forte tensão regional, com os ecos do conflito com Israel a originarem respostas por parte de aliados e adversários, nomeadamente os EUA.
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Apesar disso, Sá Pinto mostrou-se disponível para avançar com o projeto, deixando apenas em aberto a questão logística do local onde será realizada a pré-época. Em cima da mesa está a possibilidade de o estágio decorrer fora do país, sendo que o treinador juntar-se-á à equipa mal estejam reunidas as condições de segurança.
A carreira de um nómada do banco
Com quase 15 anos de carreira como treinador, Sá Pinto é hoje um dos técnicos portugueses mais viajados do futebol moderno. Já passou por dez países diferentes, incluindo passagens por clubes de peso como o Sporting, Standard Liège, SC Braga, Legia Varsóvia, Vasco da Gama ou Gaziantep.
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A sua imagem continua a ser marcada por uma intensidade típica dos seus tempos de jogador, agora canalizada para a liderança técnica. O regresso ao Esteghlal é mais um capítulo arrojado numa carreira que nunca teve medo de arriscar.