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Nacional
30/11/25 às 12:53

Nacional 1-2 Benfica: Reviravolta de Sofrimento e Alívio Mantém Encarnados na Luta

O Benfica saiu da Choupana com uma vitória dramática por 2-1 que só ganhou forma quando já poucos acreditavam que pudesse tornar-se realidade.

A equipa encarnada esteve a perder até aos 88 minutos, mas um golpe de classe de Prestianni e a serenidade habitual de Pavlidis permitiram virar um jogo que tinha ficado mais intrincado do que parecia possível após noventa minutos de domínio quase absoluto.

A história do encontro foi marcada pelo contraste entre o volume ofensivo do Benfica e a organização defensiva do Nacional. A formação insular, bem orientada e disciplinada no bloco baixo, passou grande parte do tempo enfiada no seu meio-campo, à espera do momento certo para explorar transições rápidas. O Benfica, por seu lado, instalou-se desde cedo rondando a área adversária, mas esbarrou continuamente nos problemas que já se tornaram um padrão esta época: muita bola, muito território, poucas soluções na zona de decisão.

Kaique brilhou na primeira parte, impedindo por duas vezes Leandro Barreiro de abrir o marcador e segurando também um remate perigoso de Pavlidis. Os encarnados chegavam com frequência, mas raramente com verdadeiro veneno. Apesar da superioridade, nunca houve uma sensação de perigo permanente, o que permitiu ao Nacional aguentar-se, ganhar confiança e acreditar que podia prolongar o nulo até ao intervalo.

O segundo tempo trouxe mais do mesmo até surgir o momento que baralhou completamente o guião. Num lance que vai certamente perseguir Otamendi durante uns dias, o argentino comprometeu numa saída de bola simples, ofereceu o esférico a Alan Núñez e este serviu Bóia, que deixou Ramírez na cara de Trubin. O venezuelano não desperdiçou e colocou o Nacional na frente aos 60 minutos, num dos poucos lances em que os madeirenses conseguiram sair com critério.

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A partir daí, o Benfica acelerou. Mourinho refrescou o ataque com Prestianni, Schjelderup e Ivanovic, e as alterações fizeram a equipa respirar de outra forma. Prestianni entrou elétrico, trouxe imprevisibilidade, ganhou metros e começou a criar desconforto na defesa insular. A irreverência valeu-lhe até um cartão amarelo num momento de tensão, mas nada o demoveu do que viria a fazer minutos depois: aos 88’, quando todos esperavam um cruzamento previsível, puxou para dentro e disparou um remate violento que só parou no fundo das redes. Um golo que mudou o ambiente na Choupana e que devolveu vida a uma equipa que parecia resignar-se ao infortúnio.

O Nacional acusou o golpe e o Benfica percebeu que o jogo estava finalmente onde queria. No período de compensação, Schjelderup combinou inteligentemente e encontrou Pavlidis no sítio certo. O grego, que já tinha estado próximo do golo em duas ocasiões durante o encontro, voltou a mostrar a eficácia e o posicionamento que o tornaram titular indiscutível. Aos 90’+4, confirmou a reviravolta e fez os encarnados respirar de alívio.

A vitória permite ao Benfica chegar aos 28 pontos, igualando o Sporting e ficando a três do líder FC Porto, que ainda joga este domingo. Apesar das limitações ofensivas que continuam a ser evidentes sempre que encontra equipas muito recuadas, a equipa encarnada mostrou carácter, capacidade de resposta e alguma maturidade emocional num campo tradicionalmente difícil. Já o Nacional, que somou mais elogios do que pontos, mantém-se com 12 no 12.º lugar, mas pode tirar confiança da organização e da eficácia que demonstrou frente a um adversário de outra dimensão.

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Prestianni acaba inevitavelmente como a figura da noite, não apenas pelo golo que mudou tudo, mas também pela energia e descaramento que trouxe ao ataque num momento em que a equipa parecia sem imaginação. Pavlidis voltou a ser decisivo e Ramírez destacou-se como o elemento mais perigoso dos insulares, enquanto Kaique assinou uma exibição de enorme qualidade entre os postes.

André Miguel Rodrigues