A arbitragem italiana vive momentos de forte tensão, depois de Marco Guida, árbitro internacional da Serie A, ter revelado publicamente que optou por não apitar jogos do Nápoles, apesar de já não existir limitação territorial nas nomeações desde 2023.
Veja também: BOMBA: É o fim - Ronaldo troca Georgina por modelo árabe
Em declarações à Radio CRC, o juiz de 42 anos explicou as motivações por trás da sua decisão, que se prende com receios pessoais e familiares. Natural da província de Nápoles, Guida não esconde que teme as reações dos adeptos da sua cidade em caso de erro num jogo dos azzurri.
“Vivo na cidade e na província. De manhã, levo os meus filhos à escola e quero sentir-me confortável na rua. O futebol é vivido aqui com uma intensidade diferente de outras cidades, como Milão”, referiu o árbitro.
Guida revelou que a escolha de não apitar o Nápoles foi partilhada também por Fabio Maresca, outro árbitro de origem napolitana. Ambos tomaram a decisão de forma autónoma, apesar de legalmente já poderem ser nomeados para jogos do clube.
“Tenho esposa e três filhos. A minha mulher tem um negócio. Se cometesse um erro e não pudesse sair de casa durante dois dias, não me sentiria sereno. Quando há erro, não é seguro ir às compras. A imprensa pinta o árbitro como o inimigo”, desabafou.
Veja também: O gesto de Rui Borges após polémica tirada sobre Harder
O tema reacende o debate em torno da neutralidade e das condições de segurança dos árbitros em Itália, num país onde o futebol continua a ser vivido com paixão extrema, muitas vezes com consequências fora das quatro linhas.
Refira-se que, desde agosto de 2023, a Associação Italiana de Árbitros (AIA) revogou a regra que impedia os árbitros de dirigirem jogos de clubes da sua área geográfica. Ainda assim, casos como este ou o de Simone Sozza, que recusou arbitrar o dérbi de Milão por ser natural da cidade, mostram que as pressões sociais e emocionais continuam bem presentes no futebol italiano.
Veja também: 🏜️ Robert Pattinson Pode Juntar-se a Dune 3 como Novo Vilão