O Ministério Público (MP) acusou dois indivíduos de recrutarem atletas estrangeiros em situação ilegal para um clube de futebol de Gondomar, com o objetivo de formar uma equipa a baixo custo. Segundo a Procuradoria-Geral Distrital do Porto, os arguidos enfrentam 11 crimes de auxílio à imigração ilegal e 11 crimes de angariação de mão-de-obra ilegal.
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Esquema de recrutamento e condições precárias
De acordo com a acusação, os arguidos atuaram em conjunto no interesse de um clube de futebol de Gondomar, que participou na Divisão de Elite Pro-nacional Série 2 da Associação de Futebol do Porto, na época 2018/2019. Recrutaram e inscreveram 11 atletas de nacionalidade brasileira, que permaneceram em Portugal sem vistos ou títulos válidos, desempenhando atividade desportiva de forma ilegal.
Para facilitar a entrada dos atletas no país, os arguidos declararam-nos como se viessem realizar testes físicos e médicos ou utilizaram cartas convite para fins turísticos. Prometeram legalizar a situação dos jogadores, o que nunca aconteceu, e alojaram-nos em condições precárias, incluindo divisões do clube com beliches ou nas suas próprias residências. Os salários pagos variavam entre 150 e 300 euros mensais.
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Implicações para o futebol português
Este caso levanta questões sobre a fiscalização e regulamentação no futebol não profissional em Portugal. A utilização de jogadores em situação ilegal não só viola leis de imigração, mas também compromete a integridade das competições desportivas. As autoridades reforçam a necessidade de mecanismos de controlo mais eficazes para prevenir situações semelhantes no futuro.