Os números falam por si: 11 jogos consecutivos sem perder, nove vitórias nos últimos 10 encontros, 20 jogos seguidos a marcar e três sem sofrer golos. O leão respira saúde — mas essa vitalidade trouxe um efeito inesperado: criou dúvidas ao treinador sobre quem deve lançar de início na Luz.
Ler também : As Oito Batalhas Que Moldaram a História de Mourinho Contra o Sporting
A gestão criteriosa que Rui Borges fez nas últimas semanas transformou-se numa espécie de quebra-cabeças positivo. Vários jogadores que estavam na sombra aproveitaram as oportunidades, elevaram o nível e reacenderam debates internos sobre quem deve ocupar determinados lugares no onze inicial.
Morita renasce e obriga a reavaliar o meio-campo
A maior dor de cabeça está no miolo. Morita realizou frente ao Estrela a sua melhor exibição da temporada — um jogo que fez lembrar o médio fiável e inteligente que conquistou Alvalade nas últimas épocas. O japonês tinha perdido espaço para João Simões, mas parece ter regressado em força à luta pela titularidade.
Ao que A BOLA apurou, João Simões continua em vantagem, fruto da consistência exibida e da confiança que Rui Borges deposita no jovem formado em Alvalade. Contudo, a exibição de Morita foi tão completa que o treinador não descarta uma mudança de planos nos treinos que antecedem o dérbi. A decisão final pode depender de detalhes — e de quem melhor responder nesta última semana de preparação.
Eduardo Quaresma reentra na corrida pelos centrais
A defesa também ganhou um protagonista inesperado: Eduardo Quaresma. A sua utilização frente ao Estrela serviu para dar descanso a Diomande, mas o jovem português não só correspondeu como excedeu expectativas. Sólido, concentrado e até com golo marcado, mostrou que continua a ser uma opção válida e cada vez mais madura.
Diomande deverá recuperar naturalmente o lugar frente ao Benfica, salvo imprevistos. Mas Quaresma deixou um sinal claro: está muito mais próximo de Gonçalo Inácio e do costa-marfinense na hierarquia. O leão ganhou uma alternativa de confiança — e Rui Borges ganhou mais um dilema positivo.
Geny, Quenda… e o regresso de Pote: três candidatos para dois lugares
A lesão de Pedro Gonçalves foi um susto que acabou por abrir uma porta. Sem Pote durante três semanas, Geny Catamo e Quenda assumiram protagonismo e responderam com números e exibições: nos últimos cinco jogos, combinam um golo e seis assistências. Foram peças-chave no período em que a equipa recuperou confiança e estabilidade.
Pote regressou com minutos frente ao Estrela, ainda longe da melhor forma. A dúvida instala-se: deve Rui Borges apostar na dupla que está a carburar ou devolver já o lugar a uma das figuras mais influentes do plantel?
Tudo dependerá da evolução física de Pedro Gonçalves. O treinador só o utilizará se estiver a 100 por cento — até porque, após o dérbi, segue-se uma deslocação pesadíssima a Munique para Liga dos Campeões. Pressão existe, mas o leão tem profundidade e soluções que parecem mais fortes do que nunca.
Um plantel que antes levantava dúvidas e agora as cria por excesso
O Sporting chega à Luz com um plantel rejuvenescido, motivado e competitivo, depois de uma fase inicial marcada por desconfiança devido à mudança de sistema. Rui Borges, passo a passo, foi desmontando todas essas reservas.
Hoje, o dilema não é a falta de soluções. É o excesso delas.
ler também : As Palavras Que Ninguém Esperava na Entrega da Libertadores
E para um treinador que se prepara para o jogo mais exigente do futebol português… não há problema melhor para ter.
