A tragédia que abalou o futebol português esta quinta-feira, com a morte de Diogo Jota, levou também a vida do seu irmão mais novo, André Filipe Teixeira da Silva. O acidente de viação ocorreu de madrugada, à passagem do quilómetro 65 da A52, na província espanhola de Zamora, após um despiste que culminou no incêndio do veículo. André tinha apenas 25 anos.
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Desconhecido para muitos fora dos círculos do futebol nacional, André Silva era mais do que o irmão de uma estrela do Liverpool. Era um jovem dedicado, com uma trajectória própria, feita de esforço, formação académica e paixão pelo jogo. Representava atualmente o Penafiel, onde somou 32 jogos, dois golos e duas assistências na última temporada. Um jogador em crescimento, com margem, mas sobretudo um homem que conciliava o futebol com os estudos e com o empreendedorismo.
Hélder Cristóvão, que o orientou, prestou uma sentida homenagem em declarações à Sport TV +:
“O André trazia coisas diferentes ao nosso jogo. Muita velocidade… Mais do que o futebolista, temos de falar da pessoa. Um miúdo muito bem formado. Acabou de tirar o curso de Gestão. Nunca deixou os estudos. Tirou Gestão porque criou uma empresa com o irmão. O futebol tem pouca importância. O mais importante é apoiar os familiares, que devem estar de rastos”.
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Um percurso discreto, mas sólido
André Silva fez grande parte da sua formação nos mesmos trilhos do irmão mais velho. Começou no Gondomar, passou pelo FC Porto, onde coincidiu com Jota embora em escalões distintos, e prosseguiu a sua formação no Paços de Ferreira (sub-19) e no Famalicão (sub-23). Em 2020/21 representou os sub-23 do Boavista e depois regressou ao Gondomar como sénior, clube onde atuou durante duas temporadas.
A chamada ao Penafiel, na época 2023/24, foi vista como um passo natural na sua evolução. Um jogador rápido, com boa leitura de jogo, que se destacou na II Liga e parecia preparado para desafios maiores.
Mais do que futebol: estudos e empresa com Jota
Ao contrário de muitos jovens jogadores, André nunca descurou a formação académica. Licenciou-se recentemente em Gestão, área que abraçou com a mesma determinação que demonstrava em campo. O curso surgiu não por acaso, mas com um propósito claro: dar estrutura à empresa criada em conjunto com o irmão Diogo Jota, reforçando a ligação familiar para lá dos relvados.
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O seu perfil discreto, mas comprometido, conquistava colegas e treinadores. Um jovem respeitado pelo que era dentro e fora do balneário. A sua perda, juntamente com a de Diogo Jota, deixa uma ferida profunda no futebol português e em todas as comunidades que os viram crescer.