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Nacional
14/10/25 às 14:48

Ministério Público investiga negócios do Benfica por suspeita de corrupção internacional

O Ministério Público português está a aprofundar uma investigação que envolve Peter Lim, Jorge Mendes e vários ex-dirigentes do Valência.

O Ministério Público português está a aprofundar uma investigação que envolve Peter Lim, Jorge Mendes e vários ex-dirigentes do Valência, devido a suspeitas de corrupção internacional, falsidade contabilística e crimes contra as finanças públicas, relacionadas com as transferências de Rodrigo Moreno e André Gomes, ambos provenientes do Benfica.

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A denúncia partiu de Miguel Zorío, antigo vice-presidente do clube espanhol, que reuniu em julho com procuradores do DCIAP e inspetores de crimes económicos, em Lisboa. O dirigente garante que entregou documentação baseada em relatórios financeiros do Benfica enviados à CMVM.

Segundo Zorío, os documentos «demonstram que grande parte do dinheiro pago pelo Valência ao Benfica nunca chegou aos cofres do clube português», havendo indícios de operações triangulares entre Peter Lim, Jorge Mendes e a Meriton Holdings, empresa do empresário singapurense.

O ex-dirigente recorda ainda uma sentença do Tribunal Arbitral do Desporto (TAD), em maio de 2021, que «condenou a Meriton» e «comprovou a sua posição monopolista» nas transferências em causa. Nessa decisão, a Meriton terá cobrado ao Benfica 5% anuais sobre negócios que ascenderam a 45 milhões de euros, mais 10 milhões em variáveis.

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As contas anuais do Valência, acrescenta, registam um empréstimo de 100 milhões da Meriton para financiar a contratação de Cancelo, Rodrigo, André Gomes e Enzo Pérez, com juros superiores a 5 milhões. Zorío garante que apenas 52 milhões dos 85 milhões pagos «terão chegado a Lisboa», concluindo que estas operações serviram «para injetar dinheiro nos cofres do Benfica e da Meriton, esvaziando financeiramente o Valência».

Durante a reunião em Lisboa, que durou quase duas horas, Zorío foi mais longe: Peter Lim «controlava simultaneamente o clube vendedor (Benfica), o comprador (Valência) e cobrava a ambos». As autoridades confirmaram que existem quatro suspeitos formalmente investigados: Peter Lim, Jorge Mendes, Layhoon Chan e Amadeo Salvo.

As suspeitas incidem também sobre ligações entre empresas de Lim e Mendes, o Benfica e o Valência, com operações envolvendo fundos sediados nas Ilhas Caimão. O ex-vice-presidente assegura que «Jorge Mendes já foi ouvido» no processo.

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Zorío lembra ainda que, num único ano, o Valência «gastou 211 milhões de euros em contratações, valores só comparáveis aos de clubes como o Chelsea ou o PSG», mas garante que «quase metade desse montante foi parar às mãos de intermediários».

Na documentação entregue, descreve operações em que Rodrigo e André Gomes terão sido comprados ao Benfica pela Meriton Capital Ltd antes de serem revendidos ao Valência, com parte substancial dos valores desviada sob a forma de comissões.

O porta-voz do movimento Marea Valencianista sublinha a diferença entre Portugal e Espanha: «É curioso que Portugal esteja a investigar os factos enquanto, em Espanha, o processo enfrentou tentativas de arquivamento». E conclui: «Continuamos no jogo e, por algum lado, abriremos a brecha judicial para demonstrar que o Valência é apenas mais uma peça na teia societária de Peter Lim».

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