A 5.ª sessão do julgamento da Operação Pretoriano, que decorre no Tribunal de São João Novo, no Porto, trouxe à luz novos detalhes sobre a alegada orquestração da presença de elementos dos Super Dragões na Assembleia Geral (AG) do FC Porto de 13 de novembro de 2023.
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O agente da PSP Marcelo Vieira Gomes foi a primeira testemunha a ser ouvida nesta terça-feira e relatou aquilo que observou nas imagens de videovigilância, bem como nas comunicações entre arguidos.
De acordo com o seu testemunho, a entrada de sócios na AG foi alvo de controlo por parte de alguns arguidos.
«Visionei as imagens no auditório do Estádio do Dragão. Vê-se um grupo de pessoas, onde se encontra Fernando Madureira, numa fila de sócios. Era contactado por várias pessoas, com objetos e cartões, que depois entregava a terceiros», relatou o agente, descrevendo ainda situações em que algumas pessoas ultrapassavam a fila: «Sim, vi muitas vezes acontecer. Ele direcionava quem e quando passavam. Três ou quatro de cada vez».
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Outro nome citado foi o de Hugo Carneiro, também arguido no processo.
«Madureira entrega-lhe as pulseiras, que estavam dentro de uma caixa. Depois esconde essa caixa novamente. Hugo Carneiro dirige-se à entrada, e vê-se já pessoas a colocar as pulseiras no pulso. Estimamos entre 300 a 400 pessoas. Vários arguidos — Fernando Madureira, Hugo Carneiro e Vítor Oliveira — aparecem nas imagens a distribuir as pulseiras», apontou Marcelo Vieira Gomes, acrescentando que o auditório se encheu, ficando ainda mais pessoas no exterior.
Para além das imagens, foram também analisadas comunicações entre arguidos que sustentam, segundo o Ministério Público, a tese de uma mobilização planeada.
«As mensagens recolhidas do dia 12 não deixam dúvidas. Falam de cartões de sócio, agressões e da necessidade de estarem todos juntos. Fernando Madureira pediu essa coordenação. A Sandra Madureira afirmou no dia 10 que as pulseiras seriam entregues no dia seguinte, já que no dia 11 havia jogo com o V. Guimarães. No dia 12, quando um elemento perguntou quando era a AG, Sandra respondeu: ‘Se estivesses na reunião, saberias que é amanhã’», revelou o agente.
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Este conjunto de elementos foi apresentado para reforçar a acusação de que a presença de vários membros da claque na reunião magna foi premeditada, com o intuito de influenciar os acontecimentos e criar um ambiente intimidatório.