O Ministério Público abriu um inquérito a Luís Filipe Vieira, antigo presidente do Benfica, na sequência de declarações polémicas feitas numa entrevista ao canal televisivo Now. Em causa está uma queixa apresentada por alegada difamação e denúncia caluniosa contra Pedro Proença, atual presidente da Federação Portuguesa de Futebol (FPF).
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A Procuradoria-Geral da República (PGR) confirmou esta quarta-feira à agência Lusa a abertura do processo, que está a decorrer no Departamento de Investigação e Acção Penal (DIAP) de Lisboa.
“Confirma-se a instauração de inquérito, o qual corre termos no DIAP de Lisboa, e que teve origem em queixa apresentada por alegada difamação e denúncia caluniosa”, afirmou fonte oficial da PGR.
As declarações em causa foram proferidas na passada sexta-feira, numa extensa entrevista de Luís Filipe Vieira, que presidiu o Benfica entre 2003 e 2021. O ex-dirigente revelou que terá sido “aliciado” por Pedro Proença antes das eleições para a presidência da FPF, com o objetivo de afastar o candidato Nuno Lobo da corrida.
“Chegou a aliciar-me para determinado candidato não se candidatar. Tinha 15 mil euros de ordenado, carro e, quando fosse para a UEFA, ele é que ficava como presidente. O que lhe disse? Vou ver. Um dia vamos ter um frente a frente e falamos a sério do futebol português. As palavrinhas mansas não existem. Longe de mim achar que ia dizer isto, mas fiquei indignado. Ele não se pode intrometer nas eleições do Benfica. Já fez tão mal ao Benfica, mesmo como árbitro”, afirmou Vieira na entrevista.
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Pedro Proença, antigo presidente da Liga Portuguesa de Futebol Profissional (LPFP), foi eleito presidente da FPF a 14 de Fevereiro, com 75% dos votos, derrotando precisamente Nuno Lobo, que obteve 25%. Sucedeu a Fernando Gomes, que esteve no cargo durante 13 anos.
Na sequência das declarações de Vieira, a FPF emitiu no sábado um comunicado oficial, sem mencionar nomes, mas deixando claro que não admite que a sua reputação seja posta em causa.
“A FPF e o seu presidente reservam-se ao direito de utilizar todos os meios legais disponíveis para defender o seu bom-nome, credibilidade e honorabilidade sempre que os mesmos sejam colocados em causa”, lê-se na nota publicada no site da Federação.
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A investigação agora em curso irá apurar se as afirmações de Luís Filipe Vieira configuram ou não um crime de difamação e denúncia caluniosa.