João Gabriel, antigo diretor de comunicação do Benfica, voltou a apontar baterias à atual direção encarnada, desta vez por causa do silêncio do clube perante as recentes nomeações para cargos estratégicos na Federação Portuguesa de Futebol (FPF).
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Em causa estão as escolhas de Rui Caeiro e José Carlos Oliveira, ambos com ligações ao Sporting na era Bruno de Carvalho, para áreas sensíveis como arbitragem e licenciamento, respetivamente.
Numa publicação incisiva nas redes sociais, João Gabriel acusa a estrutura liderada por Rui Costa de passividade e falta de reação, considerando a situação “a mais torpe, provocatória e incompreensível manobra de bastidores na FPF”.
"Foi nisto que o Benfica votou"
João Gabriel não poupou nas palavras ao descrever os dois recém-nomeados responsáveis da FPF:
“Rui Caeiro, antigo membro do Conselho Leonino do Sporting e ex-braço direito de Bruno de Carvalho, passou a deter o pelouro da arbitragem. José Carlos Oliveira, ex-assessor jurídico do Sporting, tem agora, na FPF, a seu cargo o licenciamento, ou seja, tem acesso a todos os contratos dos clubes”.
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O ex-dirigente considera que estas nomeações são inaceitáveis do ponto de vista institucional, principalmente para um clube como o Benfica:
“Arbitragem e licenciamento nas mãos de duas pessoas que fizeram parte do Sporting numa das direções que mais atacou e prejudicou o Benfica. Foi nisto que o Benfica votou!”
"Negligente ou enganado"
João Gabriel recorda que Rui Costa afirmou, na última Assembleia Geral do clube, que não votou em Pedro Proença, mas sim no seu projecto federativo. Mas, perante os acontecimentos recentes, o antigo responsável da comunicação não esconde a desilusão:
“Se foi neste projeto que votou, então foi negligente — ou então foi enganado. É tempo de assumir qual das opções explica tamanho silêncio!”
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A crítica vai mais longe ao destacar o contraste entre a recente agitação comunicacional da estrutura benfiquista — que lançou vários comunicados na semana anterior — e o atual silêncio absoluto face às movimentações na FPF:
“Esperei 24 horas (na verdade, um pouco mais) para saber se a súbita erupção de indignação se mantinha. Mas não. Voltou o silêncio e a resignação”.
Um aviso interno em tempo de decisões
Estas declarações surgem num momento de crescente tensão nos bastidores do futebol português e num contexto de maior vigilância dos sócios e adeptos à actuação da direcção de Rui Costa.
João Gabriel, apesar de não ter funções actuais no clube, continua a ser uma voz activa e com influência no universo benfiquista, usando as suas plataformas para pressionar internamente uma resposta institucional mais firme.
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As críticas surgem também num momento em que o Benfica se prepara para uma temporada decisiva, não apenas em campo, mas também nos bastidores — onde, como esta polémica mostra, o jogo está longe de ser silencioso.