O ambiente no balneário do Barcelona sofreu esta quinta-feira um forte abalo. O clube catalão anunciou oficialmente que instaurou um processo disciplinar ao guarda-redes Marc-André ter Stegen, retirando-lhe, com efeito imediato, a braçadeira de capitão.
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Em causa está a recusa do internacional alemão em autorizar a partilha de dados clínicos da sua lesão com a Comissão Médica da La Liga.
“O Barcelona informa que, na sequência do processo disciplinar aberto ao jogador Marc-André ter Stegen, e enquanto não se resolver, definitivamente, este processo, o clube, em consonância com a direção desportiva e a equipa técnica, decidiu retirar-lhe, temporariamente, a capitania da equipa principal de futebol”, lê-se no comunicado oficial.
Durante este período, a função de capitão principal será assumida por Ronald Araújo.
O papel que inflamou a polémica
A origem da rutura prende-se com um documento que Ter Stegen se recusou a assinar. O papel em questão autorizava o Barcelona a partilhar oficialmente detalhes sobre a gravidade da sua lesão à Comissão Médica da La Liga. A intenção da direção liderada por Joan Laporta passava por accionar uma cláusula regulamentar que permite reduzir em 80% o impacto salarial de um jogador lesionado por mais de cinco meses nas contas do fair-play financeiro.
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Essa margem de manobra seria crucial para inscrever Joan García, guarda-redes contratado ao Espanhol por 25 milhões de euros, mas que ainda não foi possível registar precisamente devido às restrições orçamentais impostas pela La Liga.
Uma tensão crescente
O caso expôs uma fratura clara entre o clube e um dos seus jogadores mais influentes da última década. O desentendimento com Ter Stegen surge num momento particularmente sensível, em que o Barcelona procura equilíbrio financeiro e operacional para dar seguimento ao seu plano desportivo.
Situações semelhantes já haviam ocorrido na temporada passada, envolvendo nomes como Dani Olmo (contratado ao Leipzig por 55 milhões de euros) e Pau Víctor (transferido entretanto para o Sporting de Braga por 12 milhões de euros, mais 3 milhões por objectivos), cujas inscrições também estiveram dependentes de manobras contabilísticas.
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Szczesny volta a ser solução de emergência
Com Ter Stegen indisponível e Joan García ainda ‘barrado’ pela La Liga, o Barcelona volta a recorrer a Wojciech Szczesny. O guarda-redes polaco, que aos 35 anos chegou a anunciar a reforma, interrompeu a pausa na última época para ajudar os blaugrana após a primeira lesão grave de Ter Stegen — e não só convenceu como acabou recompensado com um novo contrato válido até 2027.
Agora, Szczesny prepara-se para ser novamente titular, desta vez na estreia da La Liga 2025/26 frente ao Maiorca, a 16 de Agosto, às 18h30 (hora de Portugal Continental).
O que parecia ser uma simples questão clínica transformou-se numa tempestade disciplinar que ameaça abalar o início de época dos campeões espanhóis em título. Ter Stegen, um símbolo da última década, vê-se agora no centro de um dos episódios mais delicados da era Laporta.