Benfica sofreu ataque informático antes das revelações do Porto Canal

O Benfica foi alvo de um ataque informático antes da divulgação de informações confidenciais no Porto Canal, revelou esta quarta-feira José Ribeiro, diretor de tecnologia do clube em 2017, durante o julgamento de Rui Pinto, criador do Football Leaks.

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Na sessão, José Ribeiro confirmou que o sistema informático do Benfica foi acessado de forma indevida, com campanhas de phishing e acessos remotos a ficheiros internos.

📢 “Identificámos o acesso a diversos ficheiros internos de dados, bem como várias campanhas de phishing.”

🌍 Acessos noturnos e origem estrangeira

Os ataques ocorreram durante a noite e foram rastreados a endereços IP na Hungria e em França, indicando possível ação remota.

📢 “Os acessos indevidos ocorreram em horas noturnas e foram anteriores às divulgações feitas no Porto Canal e no blogue Mercado Benfica”.

O responsável de tecnologia confirmou ainda que os utilizadores das contas de email do Benfica não se aperceberam dos acessos indevidos, que foram realizados por alguém com “conhecimentos informáticos acima da média”, através de contas de administrador.

Entre os alvos estavam figuras de topo do clube, incluindo Rui Costa, atual presidente, Luís Filipe Vieira, antigo líder encarnado, e Domingos Soares de Oliveira, então administrador da Benfica SAD.

📢 “A informação não foi recolhida de forma seletiva, mas o que era divulgado no Porto Canal, como valores de transações de jogadores e gestão desportiva, era escolhido.”

⚖️ Rui Pinto responde por 241 crimes

O julgamento de Rui Pinto continua em curso, com o criador do Football Leaks a responder por um total de 241 crimes, incluindo acesso ilegítimo qualificado, violação de correspondência agravada e dano informático.

Além do Benfica, outras instituições foram alvo de acessos indevidos, incluindo a Liga Portugal, sociedades de advogados, Autoridade Tributária, Rede Nacional de Segurança Interna e até magistrados.

O hacker português já foi condenado em setembro de 2023 a quatro anos de prisão com pena suspensa, e em novembro do mesmo ano, recebeu uma segunda condenação de seis meses de prisão suspensa em França, por aceder ilegalmente a emails do Paris Saint-Germain.