Dani, antigo extremo do Sporting e um dos nomes mais carismáticos (e polémicos) do futebol português nos anos 90, voltou a dar que falar numa divertida entrevista ao jornal As. Nela, o ex-jogador falou sobre a sua carreira, a sua fama de boémio, e até sobre o peso… de ser bonito demais.
Veja também: A tirada de Ronaldo com jornalista argentino que deixou tudo a rir (VÍDEO)
Conhecido tanto pelo talento em campo como pelas escapadelas fora dele, Dani deu alguns conselhos a Lamine Yamal, a jovem estrela do Barcelona, alertando-o para os perigos que rodeiam os prodígios do futebol moderno.
“A noite? Cuidado e moderação. O mundo do futebol é sempre perigoso. O pior é o ambiente: a família, os pais, os companheiros interessados… São muitas as distrações”.
Entre o futebol e a vida… noturna
Dani não escondeu que viveu intensamente fora das quatro linhas. E, como o próprio confessou com humor, os clubes onde jogou não o ajudaram a manter-se longe das tentações:
“Saí do Sporting porque a minha vida fora do futebol era muito ativa. Mas mandaram-me para Londres! Quando cheguei, a imprensa escreveu: ‘tranquem as vossas filhas em casa que o Dani está aqui’. Depois fui para Amesterdão e depois para Madrid. Três cidades de pecado!”
Veja também: FC Porto desilude no último teste antes do Mundial de Clubes
Sobre o facto de a sua aparência poder ter afectado a carreira, respondeu sem hesitações:
“Possivelmente sim. Mas que podia fazer? Não ia fazer uma cirurgia facial para ficar mais feio”.
Para Dani, viver era tão importante quanto jogar. “Podia ter feito coisas mais ‘de jogador de futebol’, mas era assim que vivia, era assim que era feliz. E sempre segui esta máxima: viver para ser feliz”.
Recordações com Futre, Van Gaal e Aragonés
Na entrevista, Dani também partilhou memórias com alguns dos nomes mais marcantes do futebol europeu. Chamou Paulo Futre de “irmão” e falou com carinho de Luis Aragonés, que o treinou no Atlético de Madrid:
“Um dia disse-me: ‘Dani, se não te mexeres, vai passar por aqui um cão e vai mijar-te em cima!’”
Veja também: Ribéry rasga Ronaldo após tirada sobre a Bola de Ouro
E sobre Van Gaal, no Ajax, não faltou mais uma história hilariante:
“Perguntava-me: ‘como é possível que um jovem de 19 anos como tu se atrase para um jogo?’ E eu: ‘não faço ideia. Deitei-me à meia-noite e acordei às 11’. Os despertadores não funcionavam bem…”
Dani, hoje: menos noite, mais pai
Apesar de ter pendurado as chuteiras cedo — aos 27 anos, para estar com a mãe doente —, Dani garante que não largou a sua faceta boémia, mas que os tempos mudaram:
“De todo, nunca [pendurei as botas da noite]! Mas as minhas filhas têm de ir para a escola às 8 da manhã e às 7 abro os olhos sem precisar de despertador. Sou pai e essa responsabilidade é a primeira coisa que me vem à cabeça”.
Para terminar, Dani fez uma reflexão curiosa: “Acredito que os jogadores de futebol deviam nascer aos 80 e voltar atrás, como o Benjamin Button. Os veteranos sempre me disseram ‘se eu soubesse aos 20 anos o que sei hoje’… E tinham razão”.
Ah, e quanto à final da Liga das Nações entre Portugal e Espanha, Dani deixou um desejo simples, mas sincero: “Um jogo destes não queres que acabe nunca. Que tenha quatro prolongamentos!”