Esta noite, em St James’ Park, não se joga apenas uma jornada da Liga dos Campeões.
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Joga-se uma ideia de futebol. De um lado, o Newcastle de Eddie Howe, pressionado por resultados irregulares e à procura de consistência.
Do outro, o Benfica de José Mourinho, ainda em construção, mas com a inteligência e o pragmatismo de quem sabe transformar o caos em estratégia.
As tácticas em confronto
O Newcastle deve manter o seu 4-3-3 tradicional, uma estrutura assente na posse rápida e na largura dos extremos.
O problema? As falhas defensivas. Sem a solidez da época passada e com a equipa a perder energia a meio dos jogos, os ingleses têm sofrido com equipas compactas e que exploram as costas dos laterais.
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Já o Benfica viaja com um 4-2-3-1 de matriz mourinhista: dois médios a proteger a defesa, um trio móvel de apoio ao ponta-de-lança, e uma mentalidade muito clara — primeiro não sofrer, depois ferir.
O foco de Mourinho será controlar o centro do campo e evitar transições rápidas.
O objectivo: reduzir o jogo do Newcastle a cruzamentos e bolas longas.
O bloco defensivo encarnado
Trubin é cada vez mais um guarda-redes de Champions: frio, atento e com boa saída de bola.
À frente dele, António Silva e Otamendi formam uma dupla de gerações distintas, mas complementares.
Nas laterais, Amar Dedic e Samuel Dahl serão essenciais — não apenas a defender, mas também a oferecer linhas de passe curtas que ajudem o Benfica a respirar sob pressão.
O Benfica sabe que sobreviver à primeira meia hora é meio caminho para disputar o resultado. Mourinho vai querer o bloco baixo, linhas próximas e máxima concentração.
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Meio-campo: o coração da estratégia
O motor da equipa está no duplo pivot Richard Rios – Enzo Barrenechea.
Ambos têm bom sentido posicional e não se aventuram desnecessariamente. São o seguro de vida da estrutura.
Mais à frente, Fredrik Aursnes assume o papel de equilíbrio, recuando quando necessário e apoiando Georgiy Sudakov, o verdadeiro cérebro do ataque encarnado.
O ucraniano tem a missão de quebrar linhas com passe vertical e encontrar Lukebakio nas alas — uma das chaves para explorar as debilidades defensivas do Newcastle.
O ataque: Pavlidis e a arte do momento certo
No topo, Vangelis Pavlidis é o tipo de avançado que Mourinho aprecia: trabalhador, paciente e clínico.
Não precisa de muitas oportunidades — basta uma.
O seu duelo com Sven Botman e Thiaw promete ser físico e tenso.
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O plano encarnado passa por aproveitar a velocidade de Lukebakio e a inteligência de Aursnes para criar situações de 2-para-2.
Nada de posse estéril, nada de pressing alto suicida. Mourinho quer o jogo no erro do adversário — e se há campo onde o Newcastle costuma errar, é precisamente nas saídas sob pressão.
Do outro lado: um Newcastle nervoso e perigoso
O Newcastle deverá alinhar com Pope na baliza, Trippier, Botman, Thiaw e Burn na defesa, e um meio-campo com Bruno Guimarães, Tonali (ou Miley, se não recuperar) e Joelinton.
Na frente, Anthony Gordon, Woltemade e Jacob Murphy formam o trio que promete testar a concentração encarnada.
A equipa inglesa tem qualidade, mas também um problema recorrente: quando é obrigada a circular a bola sem espaço, perde paciência. E Mourinho é perito em explorar precisamente esse desgaste psicológico.
