A sétima audiência do julgamento que investiga as circunstâncias da morte de Diego Armando Maradona revelou novos detalhes médicos inquietantes. Segundo os peritos forenses que realizaram a autópsia ao antigo craque argentino, o ídolo do futebol apresentava lesões significativas em vários órgãos, incluindo pulmões, fígado e coração, além de um “aumento monstruoso da cavidade abdominal”.
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Silvana de Piero, uma das médicas legistas envolvidas na análise, referiu que o fígado apresentava sinais claros de cirrose, causados por lesões gordurosas, enquanto nos pulmões foi detetada “uma patologia pulmonar crónica”.
Já Alejandro Vega, especialista em medicina legal, foi ainda mais detalhado, revelando que o coração de Maradona tinha dimensões anormais e evidências de isquemia. Os rins também apresentavam danos antigos, associados a um histórico de doenças prolongadas. “Tinha um aumento monstruoso da cavidade abdominal”, sublinhou Vega.
Apesar destes problemas de saúde, o relatório toxicológico, confirmado por Ezequiel Ventosi, da polícia científica, descartou a presença de drogas ou álcool no sangue de Maradona, apontando apenas para medicação prescrita.
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O julgamento, que decorre nos arredores de Buenos Aires, tem como réus sete profissionais de saúde, entre eles médicos, enfermeiros e psicólogos, acusados de negligência médica grave. Em caso de condenação, arriscam penas entre oito e 25 anos de prisão. Os acusados rejeitam quaisquer responsabilidades pela morte do campeão mundial de 1986.
Recorde-se que Diego Maradona morreu a 25 de novembro de 2020, aos 60 anos, vítima de uma crise cardiorrespiratória, enquanto recuperava de uma neurocirurgia a um hematoma subdural, numa residência privada em Tigre, a norte da capital argentina.
O julgamento, iniciado a 11 de março, deverá prolongar-se até julho e conta com quase 120 testemunhas, com duas audiências marcadas por semana.