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Nacional
03/07/25

Pior que o tempo da Covid: O período curtíssimo de férias do Benfica

O Benfica prepara-se para viver um início de época absolutamente atípico — e potencialmente arriscado.

O Benfica prepara-se para viver um início de época absolutamente atípico — e potencialmente arriscado. Entre o último jogo oficial da temporada 2024/25, frente ao Chelsea, a 28 de Junho, e o pontapé de saída de 2025/26, na Supertaça Cândido de Oliveira frente ao Sporting, a 31 de Julho, passam-se apenas… 33 dias. Um recorde negativo no futebol português. 

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Para se ter uma ideia da exigência deste calendário, nem durante a pandemia de Covid-19 houve tão pouco tempo entre temporadas. Em 2020, o Benfica jogou a final da Taça de Portugal frente ao FC Porto a 1 de Agosto e começou a nova época a 18 de Setembro: 48 dias de intervalo. Desta vez, o tempo é ainda mais escasso

Uma pré-época… a meio gás 

O ciclo infernal começou com a participação no novo Mundial de Clubes, onde os encarnados disputaram quatro jogos em apenas 12 dias: Boca Juniors (2-2, a 16 de Junho), Auckland City (6-0, a 20 de Junho), Bayern (1-0, a 24 de Junho) e Chelsea (1-4 após prolongamento, a 28 de Junho). A exigência física foi brutal, sobretudo considerando que muitos dos jogadores já vinham de uma época desgastante… e de compromissos com as seleções. 

A seguir ao Mundial de Clubes, o plantel teve direito a cerca de duas semanas de férias — até 14 de Julho — antes de regressar ao Seixal para preparar a Supertaça. Apenas 17 dias de treino separam esse regresso do primeiro embate oficial de 2025/26, frente ao rival de Alvalade. 

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Férias (quase) inexistentes 

As contas são simples: quem esteve no Mundial de Clubes, e em particular os internacionais, praticamente não teve descanso. Jogadores como Otamendi, António Silva, Trubin, Kokçu, Pavlidis, entre outros, representaram as suas seleções até muito tarde — alguns na fase sul-americana de qualificação para o Mundial 2026, outros na Liga das Nações. No caso de Otamendi, por exemplo, não houve um único dia de paragem entre as provas. 

Por contraste, apenas alguns elementos do plantel, como Carreras, Aursnes, Di María, Belotti, Bruma, Florentino Luís ou Renato Sanches, tiveram férias reais. E mesmo assim, de apenas nove dias. Bruno Lage está, portanto, obrigado a gerir um grupo com níveis de fadiga completamente distintos e a evitar riscos de lesões numa fase crucial da época

Um calendário sem piedade 

Depois da Supertaça frente ao Sporting, o Benfica terá de disputar a 3.ª pré-eliminatória da Liga dos Campeões logo nos dias 5/6 e 12 de Agosto. Em caso de apuramento, segue-se o play-off a 19/20 e 26/27 de Agosto. Ou seja, jogos decisivos logo nas primeiras semanas de competição, com o plantel ainda longe do ritmo ideal. 

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A exigência é ainda maior porque o objectivo é claro: garantir presença na fase de grupos da Champions, algo fundamental para o equilíbrio financeiro do clube e para a reputação europeia.

Bruno Lage terá, pois, de operar um verdadeiro milagre de gestão física e mental, entre treinos de afinação táctica, rotações cirúrgicas e contenção no esforço dos jogadores mais desgastados. Nunca, desde que há registo, um clube português teve tão pouco tempo entre o fim de uma época e o arranque da seguinte. E a época nem começou…

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André Miguel Rodrigues