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Nacional
24/10/25 às 10:21

Candidatos usam João Neves para atacar Rui Costa em debate

O debate entre os candidatos à presidência do Benfica ficou marcado por uma troca intensa de argumentos.

O debate entre os candidatos à presidência do Benfica ficou marcado por uma troca intensa de argumentos em torno da transferência de João Neves para o PSG, há um ano.

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O caso do médio formado no Seixal, considerado uma das maiores promessas do clube nos últimos anos, foi apontado por vários candidatos como exemplo de uma política desportiva mal conduzida.

O primeiro a lançar o tema foi Cristóvão Carvalho, que não poupou críticas a Rui Costa:
Um miúdo que chegue ao Seixal tem de acreditar que vai chegar à equipa principal, temos de ter seis ou sete que se mantenham. João Neves seria um deles, foi daqueles jogadores que não te perdoo, Rui. Admito que falhes, mas o João não. O João queria ficar, tinha condições para ficar, para ser um farol.

Rui Costa respondeu prontamente, explicando que a situação era financeiramente insustentável para o clube.
As coisas não funcionam dessa maneira e João Neves não podia ficar mais uma época no Benfica. Foi campeão nacional e saiu. Dizer que João Neves não queria sair do Benfica é a coisa mais simples do mundo. Não queria o João Neves nem outro jogador se o Benfica tivesse condições para lhes pagar o que os outros vão ganhar lá fora. É tão simples quanto isso. Com o devido respeito que tenho ao João Neves, era um jogador sem preço, mas era impossível mantê-lo.

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O tema, no entanto, manteve-se em destaque com a intervenção de João Noronha Lopes, que acusou o atual presidente de má gestão e falta de antecipação:
Rui Costa diz que não era possível segurar João Neves. Todos os jogadores quererão sair do Benfica um dia, mas quem disse que não queria sair foi João Neves. O caso não foi resolvido na altura certa, em dezembro ou janeiro, com o empresário e a família do jogador. Deixou-se o assunto arrastar até já estar com a cabeça noutro lado. (...) João Neves saiu por urgência.

João Diogo Manteigas partilhou a mesma linha de pensamento, defendendo que o Benfica poderia ter agido de forma diferente.
Obviamente que o Benfica podia simplesmente não vender. Podia criar um problema com o jogador, tenho dificuldades em acreditar que João Neves não quisesse dar a volta e mais tarde querer sair. Antecipando-se as negociações com os contratos, mas falando com as famílias e agentes, consegue-se fazer isto. Temos de provar que temos condições e que vai jogar.

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Perante as críticas, Rui Costa reforçou a sua posição, respondendo com ironia a Noronha Lopes:
Não me lembro de o ter visto em nenhuma reunião com João Neves para me estar a desmentir, Noronha Lopes. João Neves não queria sair do Benfica, mas não queria perder a valorização financeira em relação ao que ganha em Paris.
O presidente acrescentou ainda que “nem todas as gerações têm a mesma qualidade” e que o clube precisa de lidar com a realidade do mercado.

Também Luís Filipe Vieira, antigo presidente e agora candidato, considerou que Rui Costa “não fez tudo o que estava ao seu alcance” para garantir a continuidade do médio.

O tema encerrou com uma nova intervenção de Noronha Lopes, que insistiu na importância de criar referências da formação dentro do plantel principal:
Se os jogadores da formação virem outros ficarem apenas seis meses na equipa principal, também vão querer sair. João Neves não é uma questão do passado. A formação faz-se de símbolos e estou farto da conversa de que não podemos cortar as pernas aos jogadores. É esse discurso fatalista que faz com que não ganhemos. Temos técnicos da formação a sair para outros clubes.

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Entre acusações e justificações, o debate deixou claro que a saída de João Neves continua a dividir o universo benfiquista — para uns, um inevitável negócio de mercado; para outros, um erro estratégico que simboliza a perda de identidade formativa do clube.

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