O clima de incerteza entre os Super Dragões e o FC Porto ficou à vista no jogo-treino frente ao Twente, no passado domingo. A ausência de bandeiras, tarjas e de boa parte da claque saltou à vista na zona habitualmente ocupada pelo grupo, que esteve praticamente deserta, à exceção de algumas dezenas de adeptos dispersos.
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O que está em causa é o protocolo que regulava a relação institucional entre o clube e a claque. Segundo o Record, os Super Dragões denunciaram formalmente esse protocolo, anulando assim a renovação automática que estava prevista para a época 2024/25. Embora a Autoridade de Prevenção e Combate à Violência no Desporto (APCVD) ainda tenha o acordo como vigente no seu site, já foi notificada da decisão, devendo atualizar essa informação nos próximos dias.
A situação levou o FC Porto a agendar uma reunião com a APCVD para clarificar os termos da ligação futura com o grupo organizado de adeptos. A reunião deverá ocorrer ainda esta semana, antes do arranque oficial da temporada.
Entretanto, os próprios Super Dragões vieram a público esclarecer a sua posição. Através de um comunicado partilhado no Instagram, o grupo garantiu que mantém o “apoio incondicional ao FC Porto” e que não existe qualquer conflito com a nova direção liderada por André Villas-Boas:
“Encontra-se apenas em curso uma fase de negociação de um novo protocolo entre os Super Dragões e o FC Porto, com vista à próxima época desportiva. As propostas estão a ser debatidas com o objetivo comum de reforçar o apoio ao Clube e garantir as melhores condições para todos os sócios”.
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O comunicado foi assinado por vários elementos da atual Comissão de Gestão: Lieto, Tico, Rui Almeida, Eduardo Cardoso, Bruno Azevedo, Fernando, Filipe e Ivo.
No entanto, o processo de renegociação está longe de ser simples. A Comissão de Gestão assumiu funções após a demissão dos anteriores órgãos sociais, no seguimento da evolução da Operação Pretoriano, que envolve vários antigos dirigentes da claque. O mandato dessa comissão já expirou, e dentro do grupo está a ser equacionada a realização de eleições para definir a nova liderança dos Super Dragões. Até lá, a assinatura de qualquer novo protocolo ficará em suspenso.
Em pano de fundo, a semana será marcada por um momento-chave: a leitura do acórdão da Operação Pretoriano, marcada para quinta-feira, dia 31. Entre os arguidos estão Fernando Madureira e Sandra Madureira, ex-presidente e vice-presidente da claque, respetivamente. A decisão judicial poderá ter impacto direto na reconfiguração do grupo organizado e na relação futura com o FC Porto.
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