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17/12/25 às 16:55

‘Batalha dos sexos’ entre Sabalenka e Kyrgios gera polémica e divide o mundo do ténis

A anunciada “Batalha dos Sexos” entre Aryna Sabalenka e Nick Kyrgios, marcada para o próximo dia 28 de dezembro no Dubai, continua a provocar forte polémica no universo do ténis internacional.

O encontro, apresentado como um evento de exibição e entretenimento, tem sido alvo de críticas por alegadas leituras misóginas e pela forma como pode impactar a perceção pública do ténis feminino. À contestação juntou-se agora uma das vozes mais respeitadas da história da modalidade: Billie Jean King.

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A antiga campeã norte-americana, figura central na luta pela igualdade de género no desporto, foi particularmente dura na comparação entre o duelo de 1973 frente a Bobby Riggs e o encontro agora promovido entre Sabalenka e Kyrgios. “A única semelhança é que um é rapaz e a outra é rapariga. É tudo”, afirmou Billie Jean King, descartando qualquer paralelismo entre os dois momentos. Para a antiga tenista, o seu encontro com Riggs representou uma batalha social e cultural num contexto histórico muito específico, algo que, na sua perspetiva, está completamente ausente neste novo evento.

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Em 1973, Billie Jean King derrotou Bobby Riggs por 6-4, 6-3 e 6-3, perante mais de 30 mil espectadores no Astrodome, num jogo que foi acompanhado por cerca de 90 milhões de pessoas em todo o mundo. Para lá do simbolismo desportivo, essa vitória teve efeitos concretos, nomeadamente na igualdade salarial entre homens e mulheres no US Open, tornando-se um marco na história do desporto feminino.

As críticas não se ficaram por aí. O jornalista australiano Julian King, da rádio SEN, considerou que o evento apenas contribui para desvalorizar o ténis feminino. Na sua análise, qualquer desfecho será negativo para Sabalenka: uma derrota poderá alimentar discursos misóginos sobre a superioridade do desporto masculino, enquanto uma vitória será desvalorizada pelo estado físico e classificativo de Kyrgios, atualmente longe da elite competitiva e fora do circuito regular há largos meses. Para Julian King, esta “Batalha dos Sexos” não passa de um “número de circo” sem benefícios reais para a modalidade.

Perante a avalanche de críticas, Nick Kyrgios respondeu de forma provocadora, como é habitual, recorrendo às redes sociais. O australiano desvalorizou os comentários negativos e afirmou que toda a controvérsia apenas aumenta a visibilidade do evento. Defendeu ainda que Sabalenka será recordada como uma das maiores jogadoras de sempre e que ambos pretendem apenas entreter o público e atrair novos olhares para o ténis.

Aryna Sabalenka, atual número um do ranking WTA, também mostrou não se sentir incomodada com a polémica. Em declarações à BBC, rejeitou leituras baseadas na força física e garantiu que o encontro pode ajudar a elevar o ténis feminino. Confiante, a bielorrussa sublinhou que entra em campo para competir e demonstrar que as mulheres são fortes, poderosas e capazes de proporcionar um grande espetáculo.

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A ideia do encontro partiu do agente comum dos dois jogadores, Stuart Duguid, que assegura que, apesar da compensação financeira envolvida, o dinheiro não é o principal motor do evento. Ainda assim, a “Batalha dos Sexos” moderna continua a dividir opiniões e promete manter-se no centro do debate até ao momento em que Sabalenka e Kyrgios entrarem em campo no Dubai.