A corrida à presidência do Benfica ganhou um novo fôlego com o anúncio oficial da recandidatura de João Noronha Lopes.
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Perante um pavilhão repleto com cerca de 2.000 adeptos e várias centenas que ficaram à porta por razões de segurança, o empresário lançou um apelo direto a Rui Costa: que antecipe as eleições, permitindo à nova direção tempo útil para preparar a próxima época desportiva.
“Tenho esperança de ver em Rui Costa, antes de terminar o seu mandato, a grandeza semelhante à que demonstrava em campo, convocando eleições antecipadas”, afirmou Noronha Lopes, sublinhando que não é um “candidato de protesto”, mas sim um “candidato de futuro”, que se apresenta com “orgulho, ambição e muita alegria”.
Críticas à gestão de Rui Costa
No discurso de apresentação, o gestor de 58 anos traçou um retrato duro do atual estado do clube.
“Neste mandato de Rui Costa, ganhámos menos do que os rivais, gastando mais e pior. Perdemos troféus, identidade e referências”, acusou, considerando que a atual direção “vive acima das suas possibilidades” e que não apresenta uma estratégia clara para o futuro.
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“A única estratégia da direção é tentar esconder a ausência de estratégia”, resumiu, classificando a gestão de Rui Costa como “errática e desastrosa”.
“Um regime em que o Benfica é o alvo a abater”
Noronha Lopes foi ainda mais longe nas suas críticas ao actual contexto do futebol português, apontando o dedo ao que entende ser uma cumplicidade do Benfica na instalação de um “regime” prejudicial ao próprio clube.
“Não podemos tolerar que, com o apoio inaceitável do Benfica, se tenha instalado um regime no futebol português em que o Benfica é o alvo a abater. Em vez de centralizar no Benfica a liderança do futebol no país, preferiu-se apoiar a centralização dos direitos televisivos, potencialmente lesiva para os nossos interesses”, alertou.
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Uma nova liderança com coragem e transparência
Na sua proposta de futuro, João Noronha Lopes defende uma liderança assente em valores de independência, coragem e rigor. “Precisamos de uma liderança que não mude de seis em seis meses, que seja sóbria, que inspire segurança e que esteja mais preocupada em defender o Benfica do que a si própria”, referiu.
“É essencial que o clube tenha uma voz ativa e respeitada no futebol português, que não receba lições de ninguém e que esteja preparada para lidar com investidores e potenciais parceiros sem abdicar dos interesses do Benfica. O escrutínio não pode ser visto como uma ameaça. É tempo de auditar o passado para construir o futuro”, acrescentou.
Apoios e historial
Noronha Lopes contou com a presença e apoio de figuras históricas do universo benfiquista, como o antigo presidente Manuel Vilarinho e os ex-jogadores Nuno Gomes e Vítor Paneira. Recorde-se que o empresário foi membro da direção eleita em 2000, precisamente liderada por Vilarinho, e apresentou-se pela primeira vez como candidato em 2020, ficando em segundo lugar, com 34,71% dos votos, contra os 62,59% de Luís Filipe Vieira.
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Agora, com o Benfica numa encruzilhada desportiva e institucional, João Noronha Lopes pretende posicionar-se como a alternativa credível para um novo ciclo. A sua candidatura, segundo o próprio, “não é um acerto de contas com ninguém”, mas o início de uma caminhada “em nome de todos os benfiquistas que acreditam num clube mais forte, transparente e vencedor”.