A resposta da Liga não tardou — e veio em tom firme, classificando a posição da APAF como “incompreensível” e responsável por “provocar alarme social”.
No comunicado, a Liga mostra estranheza perante o momento escolhido pela APAF para tornar públicas as suas reivindicações, sublinhando que o tema já tinha sido discutido na reunião entre ambas as entidades a 12 de Novembro. O organismo recorda que recebeu, nessa ocasião, um “caderno reivindicativo” focado sobretudo no agravamento de punições disciplinares, mas que, pela sua complexidade, foi encaminhado para análise jurídica.
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O ponto central da discórdia prende-se com o pedido da APAF para alterações regulamentares imediatas, ainda durante a presente época. A Liga reafirma aquilo que já tinha transmitido à associação de árbitros: não existem condições legais nem operacionais para alterar regras com o campeonato em andamento, uma vez que isso criaria desigualdade entre jornadas.
Além disso, o organismo frisa que a Cimeira de Presidentes, marcada para esta quinta-feira, não é um órgão deliberativo, questionando a razão pela qual a APAF decidiu lançar um comunicado tão grave precisamente na véspera desse encontro.
Por outro lado, a Liga reforça a sua disponibilidade para avaliar alterações regulamentares para a época 2026/27, incluindo matérias disciplinares, de arbitragem e de competição. Recorda ainda que a arbitragem é um serviço prestado à Liga pela Federação Portuguesa de Futebol, o que, na leitura do organismo, torna incompreensível a pressão pública exercida pela APAF.
No centro deste braço-de-ferro, permanece a ameaça de uma greve total dos árbitros — algo que, a concretizar-se, poderia comprometer por completo o calendário das competições profissionais. Para já, o clima mantém-se tenso, e o futebol português aguarda com expectativa o desfecho desta disputa institucional.
Comunicado da Liga Portugal na íntegra
