Mariana Cabral não é apenas mais um nome no futebol português. É uma das vozes mais lúcidas, críticas e consistentes do panorama nacional, e voltou a sê-lo numa entrevista a A BOLA, onde falou abertamente sobre o passado, o presente e o futuro do futebol feminino.
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Com uma carreira feita de resiliência e de um compromisso inegociável com a verdade, a treinadora açoriana confessou que a sua frontalidade já lhe trouxe dissabores, tanto na Federação Portuguesa de Futebol como no Sporting.
“Não consigo estar calada perante algo que não ache justo”, assumiu Mariana, que considera que o futebol feminino português tem crescido, mas que ainda carece de uma estrutura sólida e de maior investimento. Com orgulho no trajeto iniciado nos campos da sua ilha natal, São Miguel, e passando pelo 1.º Dezembro, Estoril, Benfica e Sporting, Mariana Cabral destacou o impacto das jogadoras que a acompanharam desde as camadas jovens até à equipa principal dos leões.
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Sobre o período no Sporting, onde liderou a formação e a equipa sénior feminina, lamentou que a transparência e a crítica construtiva fossem mal recebidas internamente.
“Diziam que não defendia o clube, mas até hoje, na rua, vêm agradecer-me pelo que fiz”, afirmou, com um sorriso que carrega o peso das lutas travadas dentro e fora de campo.
Hoje nos EUA, Mariana Cabral continua a perseguir o mesmo objetivo: contribuir para a evolução do futebol feminino com a autenticidade que sempre a guiou.
“O treinador tem de ser genuíno. Eu sou assim, intensa, e não finjo ser outra coisa”.