O FC Porto parece estar a viver um daqueles episódios confusos de novela turca: o protagonista ainda não morreu, mas já há pretendentes a disputar o trono.
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Martín Anselmi, técnico argentino que teve uma passagem algo atribulada pelo Dragão, continua no Porto — sim, ao contrário do que muitos diziam, ele não está na Argentina a apanhar sol — e espera, pacientemente (ou talvez não), por uma palavra oficial de André Villas-Boas. Spoiler: ainda não chegou.
Enquanto isso, os jornais e redes sociais transformaram-se numa espécie de casting para novo treinador. Entre nomes que ninguém viu vir — olá, Tiago Margarido! — e outros já mais batidos (Luís Freire, Carvalhal…), há um italiano que começa a destacar-se na passadeira azul-e-branca: Francesco Farioli.
Quem é Farioli e o que vem fazer aqui?
Calma, não é um novo sabor de gelado da Amorino. Farioli, de 36 anos, é um dos técnicos mais promissores do futebol europeu, embora ainda não tenha conquistado nenhum título de jeito. Foi treinador do Nice (França), onde terminou a Ligue 1 num respeitável 5.º lugar, depois de ter andado pela Turquia a mostrar que sabia mais do que fritar kebabs táticos.
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No Ajax, não deixou grandes saudades — mas sejamos justos, quem deixou alguma coisa de jeito no Ajax ultimamente? A verdade é que já tinha sido contactado pelo FC Porto na altura da saída de Vítor Bruno e, agora, volta à baila como possível salvador da pátria.
Estilo? Um 4-3-3 ofensivo com cérebro, músculo e (em teoria) poucos nervos. Mas tal como Anselmi, precisa de tempo para implementar as suas ideias. E tempo… é coisa que o FC Porto não tem muito neste momento.
O silêncio de Villas-Boas
O novo presidente azul-e-branco, que prometeu mudar tudo e devolver o Dragão à glória, parece agora prisioneiro do timing. Já pagou 3,1 milhões para trazer Anselmi do Cruz Azul, e despedi-lo pode custar mais 4 milhões. É o que se chama “contratar com o coração e despedir com a carteira”.
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Por isso, enquanto o clube afunda-se numa das piores temporadas da sua história recente — sem títulos, sem rumo e com adeptos cada vez mais impacientes —, Villas-Boas hesita entre dar o golpe final ou encontrar uma saída menos penosa para um casamento que nunca chegou a ser feliz.
Moral da história?
Anselmi ainda é oficialmente treinador. Farioli pode ser o próximo. E os adeptos portistas… esses já só pedem uma coisa: que o próximo treinador perceba que isto é o FC Porto, como bem disse Ricardo Quaresma. De preferência, que também traga pontos e vitórias na mala.