Os primeiros dias de trabalho de Francesco Farioli no Olival estão a ser marcados por intensidade, exigência e um foco muito claro: reconstruir o FC Porto a partir de três pilares fundamentais — físico, mental e estratégico. O treinador italiano, que chegou aos dragões para suceder a um ciclo conturbado, já deixou a sua marca e não tem perdido tempo em afirmar o estilo que pretende implementar na época 2025/26.
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Farioli é um dos primeiros a chegar ao centro de treinos e dos últimos a sair. Ciente do desafio que tem pela frente, o técnico promoveu desde logo pequenas alterações na organização interna, procurando uma maior proximidade entre os vários departamentos ligados à equipa profissional. Mas o verdadeiro impacto começou no relvado — e no balneário.
Foco físico: “treinar no limite é inegociável”
A pré-época está a ser curta devido ao Mundial de Clubes, e Farioli decidiu intensificar o ritmo. Os treinos têm sido extremamente exigentes, com cargas físicas elevadas, ao ponto de os jogadores acusarem visivelmente o desgaste. William Gomes, reforço de janeiro passado, foi perentório: “Nunca treinei tanto neste Centro de Treinos como hoje”.
Com a colaboração do preparador físico Callum Walsh, os exercícios são pensados para levar os atletas ao limite. As imagens de jogadores exaustos e estendidos no relvado no final das sessões tornaram-se comuns. Para Farioli, esta fase é vital para recuperar não só a condição física, mas também os padrões de exigência competitiva do plantel.
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Reforço mental: a dor como ponto de partida
Depois de uma época frustrante, sem títulos e com trocas sucessivas no comando técnico, o novo treinador considera essencial devolver confiança e ambição ao grupo. Numa fase inicial de aproximação ao plantel, Farioli tem promovido várias conversas, em grupo e individualmente, procurando reforçar o espírito de união e a motivação.
Na sua primeira intervenção perante os jogadores, o técnico procurou identificar-se com o momento vivido pelo clube, recordando também a sua experiência difícil no Ajax:
"Acho que temos muitas coisas em comum porque foi uma época complicada para vocês e para mim. [...] Onde a nossa história tem de começar é pela dor que vivemos na época passada".
Palavras que visam criar empatia, mas também mobilizar a equipa para um novo ciclo.
“Confiem em mim, estão no melhor sítio para isso”, rematou.
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Pilar estratégico: futebol dominante com identidade clara
No plano tático, Farioli já começou a introduzir os seus princípios de jogo. A aposta passa por um 4x3x3 com extremos bem abertos e laterais a entrarem por dentro — um modelo ofensivo e ousado.
"O futebol que eu proponho é aquele que mais se aproxima das minhas ideias, da minha forma de ser, um futebol bravo, construído pelo desejo de ser protagonista e de colocar todas as cartas em cima da mesa", explicou o técnico na sua apresentação oficial.
A par disso, os adjuntos Lucho González, Lino Godinho e Dave Vos têm tido um papel ativo nas sessões, assegurando que os processos defensivos e ofensivos comecem a ser assimilados desde já.