Paulo Futre Jr., filho do antigo internacional português Paulo Futre, revelou numa extensa entrevista ao jornal espanhol Marca que é membro da Mensa, a prestigiada associação internacional para pessoas com um QI superior a 98% da população.
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Empresário, consultor, artista e poliglota, Futre Jr. não só seguiu os passos do pai no mundo do futebol, como desde muito novo se envolveu nas grandes decisões dos bastidores — incluindo negociações com os gigantes do desporto mundial.
“Passei horas a negociar com o Nasser [Al-Khelaifi, presidente do PSG] quando tinha apenas 19 anos”, contou.
“Estava encarregue do contrato do meu pai com a Al-Jazeera, onde ele era comentador. Não há MBA que nos ensine melhor do que essa experiência”.
Desde os 14 ou 15 anos, Futre Jr. começou a acompanhar o pai em reuniões por todo o mundo.
“Estava aborrecido na escola, então o meu pai escrevia desculpas para eu faltar às aulas e ia com ele às reuniões. Sentei-me com todos os ‘Abramovich’ do futebol. Comecei como tradutor, mas aprendi direito desportivo e a negociar. Nunca tive férias em Agosto”, confessou, referindo-se à altura crítica do mercado de transferências.
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Um talento multifacetado
Além da vertente empresarial, Paulo Futre Jr. fala cinco línguas, toca vários instrumentos, expõe obras de arte em galerias, é professor convidado em universidades espanholas e trabalha como consultor de fundos de investimento. Na entrevista, abordou ainda os preconceitos em torno da sobredotação.
“Não me enquadro no estereótipo do filho de um futebolista nem no estereótipo intelectual. Mas isso diverte-me. E se puder ajudar a tornar natural o tema da sobredotação, partilhando a minha história, farei a minha parte”.
Revelou também que há futebolistas sobredotados em atividade, incluindo em clubes dos três grandes da La Liga, mas que preferem manter-se no anonimato para evitar preconceitos.
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“O meu pai é extraordinariamente inteligente”
Questionado sobre se Paulo Futre também seria sobredotado, não hesitou:
“Não é a pessoa certa para filosofar sobre niilismo mereológico, mas é extraordinariamente inteligente. Resolve problemas complexos com criatividade e rapidez. Não sei qual o seu percentil de QI, mas é elevado”.
Futre Jr. destacou ainda as lições de vida e inteligência emocional que o pai lhe transmitiu:
“Falava-me do 'calendário da tristeza'. Quando eu estava triste, dizia-me: ‘Marca no calendário quanto tempo vais ficar assim. Depois disso, muda o chip e segue em frente’. Essa filosofia ajudou-o como jogador e a mim na vida”.
A entrevista termina com a ideia de que, apesar de ser filho de uma lenda do futebol, Futre Jr. construiu um caminho próprio — complexo, brilhante e pouco convencional — onde a inteligência e a emoção jogam em equipa.
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