Wimbledon é sinónimo de tradição, classe e silêncio respeitador. Mas, entre tantos jogos épicos e lendas consagradas ao longo dos seus 148 anos de história, há também espaço para momentos absolutamente insólitos. Um desses episódios foi protagonizado por Pablo Cuevas, em 2016, num jogo de pares que, por pouco, não entrou para os anais do ténis como o dia em que um jogador… urinou em campo.
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A bexiga cheia e os nervos à flor da relva
O uruguaio Pablo Cuevas, mais conhecido pelas suas conquistas nas duplas — nomeadamente o título de Roland Garros em 2008 com Luis Horna — estava nesse ano a competir ao lado do espanhol Marcel Granollers. A dupla chegou com ambições e talento à terceira ronda de Wimbledon, mas acabaria por ser notícia por tudo o que não estava no plano de jogo.
No quinto set de um jogo tenso frente ao britânico Jonathan Marray e ao canadiano Adil Shamasdin, o placard marcava 9-8 a favor dos adversários quando Cuevas sentiu o inevitável: a bexiga a dar sinais de alarme. Pediu para ir à casa de banho, mas o árbitro Aurelien Tourte foi inflexível. Cuevas já tinha usado as duas permissões previstas pelas regras.
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“Faço aqui mesmo!”
Foi então que Cuevas ameaçou o impensável: urinar num recipiente de bolas junto ao banco. A ameaça valeu-lhe um aviso por conduta antidesportiva, mas a tensão não ficou por aí. Com o marcador a 13-12 contra, Cuevas cometeu uma dupla falta, e num acesso de frustração atirou uma bola para longe. Segundo aviso, que implicava um ponto de penalização — um luxo impensável naquele momento crítico.
Com os nervos à flor da relva, Cuevas e Granollers sentaram-se em protesto no meio do court. Durante dez minutos, recusaram-se a jogar. Quando finalmente retomaram a partida, o desfecho foi rápido: perderam o jogo. Para terminar o circo, Granollers atirou um objecto na direcção do árbitro, que teve de ser escoltado pela segurança.
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“Ele urinou mesmo?”
Após o encontro, um espectador alegou que Cuevas chegou mesmo a urinar escondido por uma toalha, algo prontamente desmentido pela organização. Ainda assim, as multas não tardaram: 7.000 libras para Cuevas e 5.800 para Granollers, por comportamento impróprio.
O britânico Marray, um dos adversários, até mostrou alguma empatia:
“Acho que deviam permitir uma ida extra à casa de banho num quinto set destes. São horas a jogar.”
E hoje?
Pablo Cuevas já pendurou a raquete, encerrando a carreira no final de 2023. Mas Marcel Granollers ainda anda por aí. Com 39 anos e na companhia de Horacio Zeballos, acaba de vencer o seu primeiro Grand Slam… precisamente em Roland Garros. Este ano, chegam a Wimbledon como quarta cabeça-de-série e, ironicamente, como candidatos ao título.
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A memória do incidente continua viva — porque em Wimbledon não se esquece nada. Nem os épicos. Nem os protestos. Nem as ameaças de um xixi fora de horas.