Ricardo Araújo Pereira não esconde a sua paixão pelo Benfica nem o descontentamento com a atual liderança do clube.
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Sócio número 12.049, presença habitual nas bancadas da Luz, o humorista e comentador assumiu de forma frontal, no podcast Ontem Já Era Tarde, que não se revê na presidência de Rui Costa — apesar de manter intacta a admiração pelo antigo jogador.
«Lembro-me de um Benfica-Parma em que o Rui Costa tira três adversários do caminho e faz um passe para golo do Isaías com uma tremenda elegância. Fiquei maravilhado. Mas uma coisa é o jogador, outra é o dirigente», começa por explicar, antes de elevar o tom: «Rui Costa integrou a direção de Luís Filipe Vieira com funções executivas, não como reserva moral. Ainda agora foi a tribunal e disse que assinava documentos e contratos sem os ler. Não há presidente de uma grande empresa que possa dizer isto impunemente».
Para Ricardo Araújo Pereira, o problema não é Rui Costa ter sido jogador, mas sim a falta de competências específicas para liderar o clube.
«Ser bom jogador não habilita ninguém a ser bom presidente. E se fosse só saber de futebol, não tínhamos contratado o Jurásek», ironiza.
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O humorista revelou que não votou em Rui Costa nas últimas eleições, optando por Francisco Benítez, e que voltará a apoiar João Noronha Lopes nas eleições marcadas para 25 de Outubro.
«Conheci o Noronha Lopes quando ele me enviou uma mensagem a dizer que se ia candidatar. Gostei do que ouvi. Agora quero que ganhe. E depois volto para casa ver e avaliar, como faço com todos os presidentes».
«Não quero cargo nenhum. Só quero que o Benfica ganhe»
Ricardo Araújo Pereira deixou claro que não ambiciona qualquer cargo ou benesse no clube.
«Não quero um cargo no Benfica, nem uma avença. Nada. Só quero uma coisa: que o Benfica ganhe. Já fiz vários trabalhos para o clube — sketches, galas — e nunca cobrei nada. Seria como cobrar à família. Se me dessem um cargo no hóquei em patins, eu recusava. E recusava para bem do Benfica».
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Firme nas críticas, mas também nas convicções enquanto adepto, o humorista confessa que tem lidado com alguma «sujeira» nas redes sociais, fruto da sua postura crítica. Mas mantém o foco no essencial: as vitórias do clube.
«Neste momento, o Benfica não é campeão nacional e sinto que falta qualquer coisa. É como ter uma daquelas pedras pequeninas no sapato».
E, para espanto de muitos, não hesita quando confrontado com a eterna questão: Benfica campeão ou Portugal campeão do mundo? A resposta surpreende — e até ultrapassa as expectativas.
«Se me disseres Torneio do Guadiana ou Mundial, eu prefiro o Torneio do Guadiana. Porque uma vitória ali pode gerar moral, pode fazer com que o Benfica entre bem no campeonato. Não é uma competição despicienda».
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